Lei dirá. Stellantis pode perder Autobianchi e Innocenti

A Itália poderá ficar com as marcas Autobianchi e Innocenti, atualmente detidas pela Stellantis, mas tudo dependerá da legislação que for, ou não, aprovada.

A Stellantis pretende manter a propriedade das letárgicas marcas Autobianchi e Innocenti, mas afirma que irá respeitar as leis locais se estas permitirem ao Estado italiano assumir o controlo daquelas duas históricas insígnias automóveis.

No passado mês de janeiro, um jornal italiano avançava que o Estado italiano poderia ficar com as duas marcas se fosse aprovada legislação em dezembro que permita a apropriação de marcas históricas que não tenham atividade nos últimos cinco anos.

Isso permitiria às autoridades transalpinas oferecer depois essas marcas aos fabricantes chineses que quisessem abrir fábricas no país.

O CEO da Stellantis Carlos Tavares foi questionado recentemente acerca deste assunto durante um evento com a imprensa e confirmou que se tal for possível, o grupo tentará manter a posse das duas marcas.

“Quaisquer que sejam as leis, nós iremos respeitá-las”, afirmou. “Se não for a lei, então tentaremos proteger os nossos interesses”.

Stellantis nunca foi notificada

A Autobianchi foi fundada em 1955 e depois foi adquirida pela Fiat em 1968. A marca produziu veículos, incluindo os modelos A112 e Y10, até 1995 quando se deu a fusão com a Lancia.

O Automotive News adianta que a Stellantis nunca foi notificada pelas autoridades italianas acerca da alegada intenção para ficar com as duas marcas defuntas.

Durante o mesmo evento, Carlos Tavares sublinhou que a Stellantis já tem 15 marcas e afirmou que “são suficientes”, acrescentando que “temos que chegue e estamos a gerir o nosso negócio da melhor forma que podemos”.

O Governo italiano e a Stellantis têm estado envolvidos em controvérsia nos últimos meses. A Stellantis prometeu aumentar a produção local para um milhão de unidades por ano, mas, na verdade, os números têm vindo a diminuir.

No final de 2024, a produção não deverá ultrapassar 500 mil veículos em Itália, menos 25% do que no ano anterior, situação que deverá deixar a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni profundamente irritada.