O plano para o regresso da Lancia ao mercado europeu prevê o lançamento de três modelos entre 2024 e 2028, sendo objetivo dos responsáveis italianos que a Lancia se assuma como "uma marca credível, respeitada e desejada no segmento premium".
Confinada na última década exclusivamente ao mercado italiano – onde, ainda assim, o Ypsilon lidera o segmento B –, a Lancia quer voltar a ter uma presença destacada na Europa.
Luca Napolitano, CEO da Lancia, anunciou que Portugal faz parte do grupo inicial de mercados onde a marca pretende assumir uma presença forte.
Para tal, está prevista a abertura de dois pontos de venda (Lisboa e Porto) na primeira metade do próximo ano, com vista a preparar a chegada do primeiro modelo inteiramente novo, durante o terceiro trimestre de 2024, como nos referiu David Correia, responsável pelo cluster premium da Stellantis em Portugal, do qual a Lancia faz parte.
Ypsilon como ponta da lança
Esse primeiro modelo será o novo Ypsilon, que começará por estar disponível com motorização Mild Hybrid, a que se juntará mais tarde uma proposta 100% elétrica.
A partir de 2026, só está última se manterá em comercialização, deixando claro o objetivo (também sublinhado) de que a Lancia só venderá automóveis elétricos a partir de 2028.
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Até lá, o plano é lançar, dois anos após a chegada do Ypsilon, o Gamma, que os responsáveis da marca asseguram que será uma espécie de embaixador daquilo que a marca pretende ser.
Decorridos mais dois anos, em 2028, portanto, a Lancia deverá lançar uma reinterpretação do Delta.
Como é assumido pelos responsáveis da Lancia, a escolha do novo Ypsilon para trazer a marca de regresso à Europa prende-se com a necessidade de assegurar patamares de rentabilidade. Ou seja, a Lancia aposta na notoriedade que a designação Ypsilon ainda detém em Itália (onde, como dissemos, o atual modelo ainda lidera o segmento) e, conquistada essa posição de "conforto", partir para projetos mais ambiciosos.
Uma marca credível, respeitada e desejada
Ambição que não falta ao plano cujos detalhes têm vindo a ser revelados e que tem como objetivo central permitir à Lancia assumir-se como uma marca credível, respeitada e desejada no segmento premium", de acordo com as palavras de Luca Napolitano.
Uma tarefa que será, porventura, ainda mais complicada do que a indispensável definição de um espaço próprio no seio do cluster premium do Grupo Stellantis e que integra, também, a Alfa Romeo e a DS Automobiles.
Neste caso está, no entanto, a tornar-se claro, que, enquanto a primeira assume um posicionamento premium desportivo, a segunda interpreta uma visão mais francesa de luxo, ficando reservada para a Lancia a "defesa" do design italiano.
A importância do PU+RA
Gianni Coronello, responsável pelo design de interiores da Lancia, recorda a este respeito que "o estilo arrojado e inovador fez sempre parte do ADN da Lancia. Um estilo intemporal e com uma personalidade forte" – refere.
Segundo ele, são esses os pilares que imediatamente se destacam no concept car PU+RA, que é a base das linhas que iremos encontrar nos modelos a lançar a partir do próximo ano.
"Para isso, olhámos para o design de uma forma transversal. Ou seja, para a moda, para os automóveis e para arquitetura. Mais do que respeitar uma história de 116 anos de que nos orgulhamos, utilizamos essa herança para nos inspirar, para criarmos modelos que marcarão o futuro".
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_diagofrte.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_jante.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_tras.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_topo.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_cockpit.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_bancotras.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_bancosfrte.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/06/LanciaPuRaHPE2023_comandos.jpg]É por isso que se exteriormente o PU+RA HPE (de Pureza+Radical, com a sigla HPE a significar Alta Performance Elétrica), apresenta detalhes que o aproximam de modelos como o Fulvia e, principalmente, o Stratos.
No habitáculo, por exemplo, a preocupação foi a de recriar a atmosfera de uma sala de estar acolhedora e sofisticada.
Será esse - garantem-nos - um dos objetivos nos modelos futuros, a começar pelo novo Ypsilon, que estreará aquele que a Lancia promete ser um dos sistemas de infoentretenimento mais avançados, graças ao recurso em larga escala à Inteligência Artificial. Com vista a permitir uma utilização mais completa e intuitiva.
Elétricos com autonomias de 700 km
Ainda no plano tecnológico, os novos Lancia terão por base os componentes do Grupo Stellantis, nomeadamente ao nível das plataformas, dos motores elétricos e das baterias, com os responsáveis italianos a anunciarem autonomias que podem chegar aos 700 km e consumos de 10 kWh/100 km, sem referir em que condições.
Há que aguardar pela segunda metade do próximo ano, altura em que o novo Ypsilon chegará a Portugal, para impulsionar uma nova era da Lancia.