Numa altura em que é já conhecida a intenção da Stellantis de fazer da Lancia uma marca premium, eis que, agora, é o próprio CEO da marca italiana, quem coloca a fasquia bem alta: segundo Luca Napolitano, o exemplo a seguir pelo fabricante de Turim, será a Mercedes-Benz. Principalmente, em termos de rentabilidade...
Entrevistado pela Automotive News Europe, o novo CEO da Lancia recusou-se, assim, a ser modesto nas ambições. Embora assumindo que, "ainda temos de trabalhar muito, mantendo sempre e como exemplo um líder de mercado, que para nós tem de ser a Mercedes-Benz".
No entanto e apesar da ambição, Luca Napolitano também explica que "não queremos fazer frente à Mercedes, até porque isso seria ingénuo. Mas é, realmente, um exemplo para o qual olhamos".
Não deixando de reconhecer que os volumes de vendas são importantes, principalmente numa marca que, durante os últimos anos, esteve reduzida a um só modelo - Ypsilon - e um só mercado - Itália -, Napolitano prefere, assim, apontar à rentabilidade. Sendo que, o objectivo inicial, após o regresso aos mercados mundiais em 2024, passará por fazer com que 20 a 30 por cento das vendas da Lancia passem a ter origem fora de Itália. Ainda que, a situação ideal, assume o fabricante, fosse que essa percentagem chegasse aos 50 por cento.
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Também com o propósito de ajudar a esse objectivo, a nova equipa de gestão da Lancia tem previsto abrir 100 novos pontos de venda em 60 cidades europeias, com a marca italiana a apostar, igualmente e de forma decidida, nas vendas online.
"Acreditamos que, através de uma estratégia de eletrificação agressiva, assim como de uma aposta em segmentos de mercado particularmente fortes na Europa, as coisas melhorarão", comenta Napolitano.
Crescer para subsistir
Aliás e a suportar esta confiança, surge um plano de relançamento da marca que começa com a apresentação de um novo Ypsilon, com motorizações exclusivamente híbridas e elétricas, já em 2024, a que se seguirá, em 2026, a chegada de um crossover 100% elétrico. O qual, segundo alguns rumores, recuperará a denominação Aurelia.
Finalmente, em 2027 ou 2028, chegará o muito aguardado sucessor do Delta, mais uma vez na forma de um hatchback compacto, embora e desta feita, apenas com propulsão elétrica. Mas que a Lancia promete, desde já, ser "empolgante".
De resto, importa também recordar que, a exemplo das restantes marcas do grupo Stellantis, também a Lancia tem pela frente um decisivo desafio - tornar-se viável e lucrativa no espaço de 10 anos... ou desaparecer.