Com a Lancia "morta". Designer italiano faz-nos suspirar pelo Delta do séc. XXI

Com a marca, hoje em dia, reduzida a um modelo e um só mercado, um designer italiano fez renascer o Lancia Delta, com roupagem de séc XXI.

Hoje em dia reduzida a marca de apenas um modelo - Ypsilon - e um só mercado - Itália -, a Lancia vive tempos muito distantes da exuberância que mostrava, por exemplo, quando tinha o Delta Integrale como proposta de referência. Situação que terá estado na origem da decisão de um designer italiano apelar ao acordar do emblema nascido em 1906, através da "apresentação" do Delta séc. XXI!

Sem qualquer ligação à Lancia, Sebastiano Ciarcia - assim se chama o designer - é um apaixonado por automóveis e, em particular, pelos modelos italianos, que lamenta o momento por que passa aquela que é um das mais antigas marcas de automóveis no mundo.

"Também enquanto orgulhoso entusiasta de automóveis italianos, sempre senti um desapontamento muito grande por aquilo em que a Lancia se tornou", escreve, na sua página de Instagram, o designer, acrescentando que, "para mim, o Delta sempre foi um ícone, qualquer coisa como 'O Cálice Sagrado', impossível de substituir; contudo e ao mesmo tempo, recuso-me a aceitar o seu desaparecimento, razão pela qual quis criar um sucessor à altura".

A demonstrá-lo, os desenhos feitos por Ciarcia daquele que seria, na sua opinião, o Lancia Delta do séc XXI. Cujas linhas, assume o seu criador, vão buscar inspiração não somente ao icónico desportivo, mas também a muitos outros modelos do género, que o italiano foi descobrindo através de vídeos no Youtube.

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Ainda sobre o design do carro a que decidiu dar o nome de Delta S4, Sebastiano Ciarcia afirma que "procura ser uma reinterpretação moderna daquilo que era o Delta, sem, no entanto, ser demasiado nostálgico ou retro. Ao invés disso, procura ser uma evolução das linhas do modelo original, enfatizando aquelas que eram as suas principais características e ADN, de forma a fazer regressar a personalidade do modelo original".

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E a verdade é que, o resultado final, não deixa de ser impressionante, com as remanescências do Delta original no novo S4 a mostrarem-se por demais evidentes. Em particular, na traseira, onde não faltam sequer as persianas no vidro traseiro, o mesmo acontecendo nos arcos das rodas traseiras, onde as linhas não escondem a inspiração no modelo original, ainda que mais vanguardistas.

Quanto ao sistema de propulsão, Ciarcia previu a adopção de um motor híbrido, a assegurar tracção integral permanente. O qual, disposto numa posição central no veículo, pode, inclusivamente, ser admirado, através do vidro traseiro.

Exequível ou não, a realidade é que, enquanto fãs incondicionais do Lancia Delta, nós próprios veríamos com bons olhos e muito agrado, a possibilidade do futuro proprietário da Lancia, o grupo automóvel Stellantis, resultado da fusão entre a ítalo-americana FCA e a francesa PSA, vir a ressuscitar o icónico modelo. Sendo que, a interpretação de Sebastiano Ciarcia, demonstra bem as (elevadas) potencialidades de uma medida como essa...