Depois de muito escrever sobre o assunto, eis que surge a confirmação oficial: prestes a comemorar 115 anos de existência, a italiana Lancia pretende assinalar a data, entre outras iniciativas, com o regresso de um dos seus modelos mais icónicos - o Delta. Entre várias outras novidades.
A confirmação foi feita pelo próprio CEO da Lancia, o italiano Luca Napolitano, em declarações ao também transalpino Corriere della Sera. Reconhecendo que, até pelo desejo dos clientes de voltarem a ver o Delta, o modelo não podia ficar, durante muito mais tempo, morto e enterrado!
Assim, foi o próprio Napolitano a "anunciar" que, o Lancia Delta, "regressará e como um verdadeiro Delta - um automóvel excitante, um exemplo de progresso e tecnologia, mas também e naturalmente, elétrico".
Embora e, pelo menos para já, sem muitas informações confirmadas em termos técnicos, o mais certo é que este novo Delta, elétrico, tenha por base a arquitectura STLA Medium, que serve de base à generalidade dos modelos para os segmentos C e D, no Grupo Stellantis. E que, especificamente no caso dos elétricos, deverá permitir, segundo é ambição do próprio fabricante, uma autonomia máxima na ordem dos 700 quilómetros.
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A par desta mais-valia, esta arquitectura permite, ainda, a aplicação de sistema de tracção dianteiro, traseiro e de quatro rodas motrizes, com os motores elétricos a debitarem entre 170 e 245 cv de potência.
E tudo começou em 1979...
A finalizar, recordar, apenas, que, ao longo da existência do modelo, que se prolongou de 1979 a 2014, a Lancia produziu um total de três gerações do Delta: a primeira, que se manteve até 1994, a versão mais icónica do modelo, graças também ao percurso nos ralis; a segunda, entre 1993 e 1999, e que foi, também, a geração de menor sucesso; e, finalmente, a terceira, comercializada entre 2008 e 2014, e que ditou a 'morte' do saudoso hatchbach.
Quanto ao regresso do modelo, já na forma de veículo elétrico, começou a ser falado, de forma mais frequente, a partir do momento em que a marca italiana deu a conhecer um novo plano de produto, do qual faz parte uma nova geração do pequeno Ypsilon, já para 2024. E que, por sua vez, seria seguido de um crossover 100% elétrico, agendado para 2026, e, finalmente, de um hatchback compacto, também ele elétrico, que deverá ser desvendado já durante o próximo ano - o Delta!
Novo Ypsilon para os "europeus modernos"
Aliás, Napolitano comentou, igualmente, nesta sua entrevista ao Corriere della Sera, a situação daquele que é, neste momento, o único modelo comercializado pela Lancia, e apenas em Itália - o Ypsilon.
Neste caso, para recordar que, mesmo com os já muitos anos da actual geração - foi lançada em 2011 -, continua a ser o segundo modelo mais vendido no país de nascimento, logo atrás do Panda. Graças, em grande parte, ao público feminino.
No entanto e segundo também refere o CEO da Lancia, "é chegado o momento de olhar em frente, para o futuro, e segundo uma perspectiva diferente". Assumindo que, do público-alvo do futuro Ypsilon, terão de fazer parte, necessariamente, os clientes homens, mais maduros, e que a marca italiana descreve como os "clientes modernos europeus".
O futuro da Lancia
Napolitano revelou, ainda, que, o futuro da própria Lancia, far-se-á centrado nos veículos pequenos, médios e porta-estandarte, segmentos em que, de resto, a marca italiano se destacou, no passado. Sendo que, o objectivo último, a fazer regressar a imagem de inovação no design e na tecnologia, sem deixar de se manter fiel à já longa história da marca nascida há 115 anos.
A par desta postura, a promessa, ainda, do regresso de uma rede de concessionários espalhada pela Europa e que será feita em conjunto com as outras duas marcas premium da Stellantis, a Alfa Romeo e a DS. Ofensiva que começará pelas principais cidades europeias.
Ainda assim e apesar deste esforço, a Lancia também assume que pretende ser uma marca automóvel focada na comercialização online, ao invés de nos concessionários físicos.