Depois de, ainda em julho de 2021, a marca de Sant'Agata Bolognese ter anunciado o fim da produção do Aventador, a situação ocorrida ao largo dos Açores, com um supercargueiro cheio de automóveis a ser consumido pelas chamas, pode ter convencido a Lamborghini a fazer uma ligeira marcha-atrás na decisão...
O momento foi, de resto, assinalado com pompa e circunstância, com a Lamborghini a anunciar o fim da produção do Aventador, com o lançamento de uma última edição especial, batizada, precisamente, de 'Ultimae'. A qual, constituída por 350 coupés e 250 roadsters, representaria, assim, o adeus do conhecido superdesportivo italiano.
No entanto, um incêndio deflagrado a bordo de um supercargueiro, transportando um número desconhecido de automóveis novos de marcas do Grupo Volkswagen, entre os quais, vários Lamborghini Urus (maioritariamente), Huracan... e Aventador, terá levado o fabricante de Sant'Agata Bolognese a repensar a decisão de descontinuar este superdesportivo. Desde logo, como forma, também, de compensar os clientes que, depois de já terem sido obrigados a esperar cerca de um ano, vêm agora os seus carros novos a arder, a bordo de um navio, ao largo dos Açores.
Numa entrevista à Automotive News Europe, o CEO da Lamborghini America, Andrea Baldi, é o primeiro responsável de topo a admitir que a produção do Aventador pode, efectivamente, ser retomada. Desde logo, porque e embora a marca italiana vá, certamente, começar por recorrer às concessões, tentando saber se existem veículos que possam substituir as unidades atingidas, o mais certo é que seja necessário fabricar novos.
Seis meses de espera.... mínimo
De resto, o mesmo responsável recorda que, reconstruir um Aventador, a partir de uma unidade danificada, é algo que poderá acrescentar, no mínimo, seis meses à data de entrega do veículo. Pelo que, neste momento, a decisão já tomada é de informar os futuros proprietários do estado em que se encontram os veículos, assim que a própria marca tiver uma "imagem mais definitiva" daquilo que sucedeu, no decurso do incêndio.
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"Aliás, todos nós sabemos como são as coisas - ainda esperamos o melhor, mas a verdade é que já estamos preparados para o pior", desabafou Baldi.
Ainda assim, é lógico pensar que, esperar por um Huracan ou um Urus, deverá significar um tempo mais curto de espera, uma vez que se trata de modelos ainda em produção. Já esperar por um Aventador, deverá ser algo totalmente diferente, uma vez que o superdesportivo já não é produzido.
Voltar a produzir o modelo, significará ter de reconfigurar a linha de montagem e desviar slots de produção para essas novas unidades do Aventador.
Porsche também já viveu situação semelhante
Por outro lado, também não será uma novidade assim tão grande quanto isso, se a Lamborghini tiver de enveredar por um tal caminho. Pois, já a Porsche, por exemplo, acabou tendo de fazer o mesmo, quando, em março de 2019, quatro unidades 911 GT2 RS novas em folha, acabaram consumidas pelo fogo que deflagrou a bordo do cargueiro italiano Grande America.
Na altura, a marca de Zuffenhausen não teve outro remédio senão retomar a produção do desportivo, para assim satisfazer os clientes que haviam ficado sem os seus automóveis.