Depois dos híbridos plug-in e já com o primeiro EV no horizonte, a Jeep reforça a sua oferta eletrificada em Portugal, com o lançamento dos novos Renegade e Compass e-Hybrid. Basicamente, as versões híbridas simples dos dois modelos de maior sucesso na marca americana e que nós tivemos oportunidade de conduzir... não sem um certo sabor de despedida.
Desde já disponíveis nos concessionários nacionais, onde irão juntar-se aos "irmãos" 4xe, estes últimos sinónimo de motorização híbrida com bateria de carregamento externo, ou plug-in, os novos Jeep Renegade e Compass e-Hybrid são, assim e para Jeep Portugal, como uma espécie de passo atrás. Para e ainda na sequência do mesmo movimento, dar dois em frente.
Passamos a explicar: ao contrário do que é usual na maioria dos construtores, a Jeep decidiu iniciar a sua ofensiva elétrica em Portugal, no ano de 2021, com o lançamento, não de versões híbridas simples, mas através dos híbridos plug-in. Cuja tecnologia é tradicionalmente considerada como um passo à frente, relativamente aos micro-híbridos, e mais próxima da utilizada pelos Veículos Elétricos (EV).
Entretanto e numa altura em que os híbridos plug-in (ou 4xe, como lhes gosta de chamar a marca norte-americana...) constituem já dois em cada três Jeep vendidos em Portugal, e que no horizonte (2023, mais concretamente...) surge já o primeiro modelo elétrico da marca norte-americana, eis que o fabricante decide voltar ao mais básico da tecnologia, lançando os híbridos simples. Motivo? Não apenas disponibilizar uma variante eletricamente menos "complicada" a todos os clientes que ainda mantêm reticências quanto à Mobilidade Elétrica, como também garantir uma oferta mais robusta e abrangente, numa altura em que a filial ibérica decidiu já acabar com a comercialização de todos os modelos e versões, com motores exclusivamente de combustão, a partir de 1 de julho! Leu bem: 1 de julho de 2022...
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Entretanto e para todos aqueles que, como nós, possam já estar a sentir alguma nostalgia relativamente ao desaparecimento da combustão pura, isto numa marca que, principalmente nas Américas, prima pelos motores grandes, a Jeep introduz no mercado nacional as versões Renegade e-Hybrid e Compass e-Hybrid, híbridos simples com uma mesma e só configuração: um novo motor a gasolina de quatro cilindros e 1,5 litros, com 130 cv de potência e 240 Nm de binário, que, funcionando segundo o ciclo Miller e recorrendo a uma elevada taxa de compressão (12,5:1), surge conjugado com uma nova transmissão de dupla embraiagem e sete velocidades, a qual integra ainda um motor elétrico de 48V a fornecer 15 kW (20 cv) e 55 Nm ao nível das rodas.
Fruto desta configuração, qualquer um destes modelos consegue arrancar com recurso exclusivamente ao motor elétrico; evoluir em situações de engarrafamento, seguindo um padrão de 'Stop&Go', em modo zero emissões; receber maior binário nas rodas, graças ao apoio do motor elétrico, quando em aceleração e ao mesmo tempo que optimiza o ponto de funcionamento do motor a gasolina (reduzindo, assim, o consumo de combustível e as emissões de CO2), quando a velocidade de cruzeiro; assim como, não só circular a baixas velocidades em modo zero emissões, como estacionar, recorrendo, apenas e só, ao motor elétrico.
Quanto à energia que serve para colocar em prática todas estas mais-valias, é enviada para as baterias através de um sistema de recuperação de energia na desaceleração e travagem, que a Jeep designa de Sistema de Travagem Inteligente, o qual conta com uma funcionalidade de carga automática, recorrendo a uma travagem regenerativa mista, como forma de maximizar a recuperação da energia cinética e melhorar a eficiência.
E em condução?
Transposto para a realidade e conforme tivemos, de resto, oportunidade de constatar, na apresentação feita aos media nacionais, a qual incluiu uma autêntica viagem de cerca de 150 quilómetros, por estradas nacionais, auto-estrada e até um curto percurso em estradão de terra, entre Lisboa e Estremoz, a confirmação, primeiramente no Renegade e-Hybrid, do bom e eficaz funcionamento da tecnologia, que afasta, desde logo, quaisquer preocupações com autonomias, graças a um trem de força de que, não só garante respostas lineares e agradáveis, embora com um pouco mais de sonoridade da parte do motor a gasolina quando nas acelerações a fundo, como também e principalmente, um consumo aceitável, que se saldou nos 5,5 l/100 km.
Pelo contrário, lamentar que a "pilha" que, no painel de instrumentos 100% digital e (levemente) configurável, indica o nível de carga nas baterias, não revele mais do que a percentagem de carga, não mostrando sequer a autonomia em quilómetros. Ainda que, depois, tenhamos ficado surpreendidos com a capacidade de recuperação de energia do sistema - saímos de Lisboa com um 1/4 de bateria, chegámos a Estremoz com mais de metade!...
Quanto aos restantes aspectos da condução, nada a destacar, com o Renegade e-Hybrid a afirmar o mesmo tipo de comportamento evidenciado por qualquer uma das outras versões exclusivamente a gasolina - alto, não propriamente aerodinâmico, com uma direcção não muito precisa, mas, acima de tudo, funcional e versátil. Facto que, aliás, comprovou no tal estradão de terra, com bastantes buracos, desníveis e transferências de eixos, e que, ainda assim, enfrentou sem dificuldades de maior...
Já no regresso a Lisboa, a troca de carros, com a viagem no Compass e-Hybrid a fazer-se quase exclusivamente por auto-estrada e, devido às velocidades mais elevadas, assim com aos poucos momentos de travagem, com consumos mais altos - 7,4 l/100 km. Embora e mais uma vez, com a manutenção/recuperação da quantidade de energia nas baterias a surpreender...
Com direito a edição especial de lançamento
Importante de referir é, também, que a Jeep Portugal lança estas duas novas versões, no nosso mercado, através de uma edição especial, denominada 'Upland', a qual, segundo também o fabricante, procura ser "um compromisso concreto para com a sustentabilidade".
A demonstrá-lo, não tanto os detalhes estéticos únicos, mas, mais, os materiais sustentáveis utilizados no fabrico, assim como as pinturas e acabamentos ecológicos. A começar pela nova e exclusiva cor exterior 'Matter Azur' associada a um tejadilho preto de dois tons e a jantes de liga leve na cor 'Gloss Black' de 17" (Renegade) e 18" (Compass), além dos acabamentos em bronze Metakrome.
Já no habitáculo, a utilização de materiais reciclados no forro do tejadilho, tapetes e bancos, estes últimos concebidos com plásticos reciclados recolhidos dos oceanos, além de costuras de contraste, logótipo 'Jeep' nos encostos dianteiros e uma inserção em vinil orgânico na secção superior.
Preços? A partir de 33.600€
Quanto a preços e começando pelo modelo de entrada, Renegade e-Hybrid, uma oferta com três níveis de equipamento, com os preços a variarem entre os 33.600€ da versão base Limited, os 36.400€ do Upland, e os 37.600€ do S.
Já no caso do Compass e-Hybrid, quatro níveis de equipamento, com o base Night Eagle a começar nos 39.150€, o Limited a iniciar-se nos 40.400€, o Upland nos 42.700€, e o S nos 44.400€.
De salientar, ainda, que, a pensar no renting, a Jeep Portugal propõe o Renegade e-Hybrid com uma mensalidade de 250€/mês e o Compass e-Hybrid por 320€/mês. Ambos, com contratos que podem começar nos 36 ou 38 meses.
Entretanto e para quem pretender um produto de maior estatuto, o melhor será esperar pelos últimos meses de 2022, altura em que Jeep Portugal promete apresentar o novo Grand Cherokee 4xe.