Fomos a Espanha conhecê-lo. Jeep Grand Cherokee é o luxo em modo 4xe

A estrear motorização PHEV, ou 4Xe, o novo Jeep Grand Cherokee apresenta-se como o mais luxuoso e avançado de sempre. E nós já o conduzimos!

Depois de uma fase de apagamento, eis que a Jeep dá a conhecer, também para a Europa, a nova geração Grand Cherokee, SUV topo de gama que, pela primeira vez na sua história, adopta a tecnologia 4xe. Opção que, pudemos confirmá-lo, não o tornaram menos válido no todo-o-terreno, mas, sim, ainda mais sofisticado, luxuoso e estatutário.

Já em comercialização nos EUA, onde se mantém como um líder de vendas no segmento dos SUV premium, o novo Grand Cherokee prepara-se agora para desembarcar na Europa. Mercado onde este tipo de propostas já vale qualquer coisa como 300 mil unidades por ano, as quais a Jeep assume pretender atacar, com aquela que é, também e segundo o fabricante, a geração mais luxuosa e tecnologicamente avançada de sempre!

A procurar justificar esta afirmação, uma reformulação visível e feita de alto a baixo, que começa, desde logo, numa nova arquitectura. Elaborada, segundo também explicou à TURBO o responsável norte-americano pelo desenvolvimento do projecto, David Partlow, especificamente para este modelo.

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A juntar a esta inovação, um novo e mais sofisticado design exterior, a procurar exaltar o estatuto de verdadeiro topo de gama premium (pelo menos, até que chegue o Wagoneer S, previsto para 2025), ajudado por uma nova e mais elaborada grelha frontal, além de novas ópticas Full-LED e farolins LED mais esguios e estilizados, uma linha de cintura mais baixa 10 mm, cavas das rodas quadradas, e jantes que, na versão de topo, podem chegar às 21 polegadas.

Habitáculo? Um luxo!...

Sem dúvida marcante naquela que é a nova imagem exterior, o novo Grand Cherokee consegue, igualmente, transportar, todas essas excelentes impressões, para o habitáculo. Onde, aliás, ajudada por um acesso fácil, a sensação de qualidade, sofisticação e luxo, se torna ainda mais forte e presente.

Sentados ao volante, a percepção imediata de um cuidado elevado na qualidade e solidez da construção, assim como na excelência dos revestimentos que, na versão de topo Summit Reserve que nos calhou em sorte, abarca desde a pele Palermo, até à madeira de nogueira (inclusive, no volante) e às muitas aplicações em metal verdadeiro e plástico brilhante.

Confortavelmente instalados num banco revestido a pele e de ajustes elétricos (16 no total), a percepção, ainda, de uma posição de condução que, mais do que facilitar a visibilidade para o exterior (algo que, na verdade, só se torna mais fácil com recurso ao sistema de câmaras 360° que o veículo possuía), procurava facultar um bom acesso a uma consola central repleta de botões e comandos; a maior parte, físicos (e ainda bem!...), mas, ainda assim, a exigir período de adaptação para que consigamos descobrir onde fica cada uma das funcionalidades.

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Como é o caso, por exemplo, dos botões que permitem seleccionar um dos três modos de utilização do sistema de propulsão híbrida plug-in (Hybrid, Electric e o modo que permite preservar energia nas baterias e-Save), colocados, neste caso e um tanto inesperadamente, à esquerda do volante!

Com tecnologia (e espaço) para todos os gostos

Por outro lado e igualmente impressionante, a presença de, não um, não dois, mas três ecrãs totalmente digitais, a preencherem grande parte da frontal do tablier. O primeiro dos quais, com 10,25" e colocado por detrás do volante de óptima pega e regulações amplas, a servir de painel de instrumentos e configurável na informação exibida.

Já o segundo, com 10,1", surge ao centro do tablier, como parte do novo sistema de infoentretenimento Uconnect 5, que a marca diz ser agora cinco vezes mais rápido a operar, além de oferecer emparelhamento sem fios Apple CarPlay/Android Auto e receber atualizações Over-The-Air (OTA). Terminando a oferta num terceiro e último ecrã, com 10,25", exclusivo para o passageiro da frente, o qual pode assim interagir, não só com o novo sistema de som McIntosh de última geração, como também com a navegação, visualizar as imagens captadas pelas câmaras exteriores, e até mesmo ver um filme durante a viagem. Isto, porque um filtro específico no ecrã não permite que o condutor visualize o que aparece neste ecrã.

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Finalmente, a presença, ainda, de um retrovisor interior digital e um sistema head-up display de 10,25", com todas as informações imprescindíveis relacionadas com a condução, e de acesso quase tão fácil quanto a consola central entre bancos onde se torna possível seleccionar um dos cinco modos de condução do sistema Selec-Terrain: Auto, Sport, Neve, Areia/Lama e Rochas. Assim como a altura pretendida na distância ao solo, a entrada em acção das redutoras, ou até mesmo desconectar a barra estabilizadora, para uma melhor articulação e tracção quando sobre rochas ou terreno acidentado.

Ao mesmo tempo e com uma distância entre eixos de 2,96 m, espaço é outra coisa que não falta no habitáculo do novo topo de gama da Jeep, com o modelo a anunciar, entre outros argumentos, um aumento de 75 mm nas quotas de habitabilidade ao nível dos ombros, para os ocupantes dos lugares da frente, mas também uma bagageira cuja capacidade começa nos 580 litros. E cujo acesso se faz através de um amplo portão de accionamento elétrico... também com o pé.

Conduzir o conforto

Além de ser a geração mais luxuosa e sofisticada de sempre, este novo Grand Cherokee é também o primeiro da sua estirpe a receber a nova tecnologia híbrida plug-in 4xe da Jeep, mais concretamente, numa variante composta por um quatro cilindros 2,0 litros turbo a gasolina, conjugado com dois motores elétricos de alta tensão. Graças, também, aos quais, consegue anunciar uma potência combinada de 380 cv e um binário máximo de 640 Nm.

Resultado da inclusão de um pack de baterias de 400V com 96 células de iões de lítio e a anunciar 17,3 kWh de capacidade, a promessa não só de uma autonomia elétrica de até 48 km em trajecto combinado, ou acima dos 51 km quando exclusivamente em cidade, como também de autonomia total a rondar os 700 km. Números que que a marca sustenta num consumo médio oficial na ordem dos 2,5-2,6 l/100 km e que, embora tenhamos ficado com a ideia de poder ser algo irrealista, também não tivemos oportunidade de confirmar num trajecto citadino que pudesse ser mais favorável; pelo contrário, o percurso escolhido pela própria marca e que tivemos de cumprir, era, quase todo, um encadeado interminável de curvas, por estradas secundárias!

De resto, foi também na sequência dessa escolha, claramente pouco favorável para as pretensões estradistas do enorme Grand Cherokee, que, nem mesmo a acção de argumentos como a suspensão dianteira e traseira independente Quadra Lift com elementos pneumáticos e cinco níveis pré-definidos, os amortecedores semi-activos controlados eletronicamente, e até mesmo a presença de, não um, mas dois sistemas de tracção às quatro rodas - Quadra Trac II e Quadra Drive II com diferencial traseiro autoblocante eletrónicos e caixa de transferência ativa para melhorar a tracção -, acabou sendo impossível ignorar a forma como o SUV americana acaba sendo vítima das suas próprias dimensões e postura mais pró-conforto. Principalmente, a partir do momento em que tentávamos andar mais depressa, com as transferências de massas a fazer sentir-se de uma tal forma que, nem mesmo a diminuição promovida nos 275 mm de altura ao solo, através da selecção do modo Sport no Selec-Terrain, mostrou ser capaz de atenuar.

Desta forma e já depois de termos optado por fazer a maior parte dos cerca de 70 km do trajecto num andamento mais descontraído e a aproveitar a suavidade e conforto transmitidos, inclusivamente, pela direcção (já agora, o tacto no pedal do travão, quando numa condução mais raçuda, também não é o mais convincente....), bem mais convencidos ficámos quando, após chegarmos ao nosso destino, fomos convidados a testar as aptidões do modelo, em dois circuitos de todo-o-terreno definidos pelos responsáveis da Jeep: um mais suave, por caminhos de terra e pedras, mas também com alguns desníveis, e, um outro, esse, sim, verdadeiro desafio às aptidões off-road deste SUV premium, com subidas e descidas fortemente íngremes que não dava para perceber como terminavam, além de uma passagem a vau cheia de água e uma sucessão de cruzamentos de eixos que só mesmo um verdadeiro todo-o-terreno seria capaz de enfrentar. Sendo que, ajudado por todos os sistemas eletrónicos e câmaras exteriores que possui (a câmara frontal é, sem dúvida, uma mais valia também nesses momentos...), o Grand Cherokee tudo ultrapassou com distinção!

Já com versão e preço definidos para Portugal

Posicionado como uma proposta verdadeiramente topo-de-gama, a ambicionar lutar com concorrentes já instalados como é o caso do BMW X7 ou do Range Rover Classic, entre outros, o novo Jeep Grand Cherokee anuncia, desde já, que desembarcará em Portugal, apenas e só, com o nível de equipamento de topo, Summit Reserve.

Verdadeiro porta estandarte de toda a gama Jeep em termos de tecnologia e refinamento, esta versão contabiliza, entre os seus muitos argumentos, as jantes de 21", bancos em pele Palermo, elementos em madeira de nogueira, sistema McIntosh Sound de 19 altifalantes, ecrã táctil para o passageiro da frente, além um total de 110 funcionalidades de segurança e protecção. O que, diga-se, também ajuda a justificar o preço de entrada de 103.500 euros.

https://youtu.be/VUYgvRYN9IE