Embora representando o grosso das vendas da marca norte-americana na Europa, a Jeep acaba de assumir a possibilidade de acabar com o Diesel no Velho Continente. O que sucederá até 2030... mas com a esperança "secreta" de que os V8 vivam para além dessa data.
Numa altura em que o futuro dos motores de combustão parece fortemente colocado em causa no Velho Continente, especialmente depois da intenção manifestada pela União Europeia de acabar com este tipo de propulsores, até 2035, a norte-americana Jeep, uma das marca cujas vendas são, em grande parte, compostas de motorizações Diesel, acaba de anunciar uma decisão que poderá colocar em xeque a sua subsistência na Europa.
O anúncio foi feito pelo novo CEO da Jeep, Christian Meunier, durante uma entrevista com os media na Austrália, entre as quais, a CarAdvice. Em que o responsável máximo da marca norte-americana, confirmou que, na perspectiva do fabricante de Toledo, os Diesel estão, mesmo, na fase final de vida.
"Eu acredito que o Diesel está em vias de desaparecer na Europa, mesmo tendo sido aí que floresceu", afirmou Meunier, Assumindo, desde já, que, como resultado desta decisão, "o volume de vendas [da Jeep] vai reduzir substancialmente".
"No entanto, se isso significa que vamos parar [de disponibilizar] Diesel, de uma vez só, respondo, desde já, que não. Pelo contrário, acredito que assistiremos a uma transição, que começará agora e se prolongará até 2030, com a evolução desse processo a variar consoante o mercado", explicou o CEO da Jeep. Sendo que, "alguns mercados continuarão a ter motores V8, [outros] continuarão a ter motores de seis cilindros [e alguns] continuarão a ter diesel".
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Blocos V8, uma paixão
De resto e sobre o caso específico dos V8, que Meunier assume ser uma paixão, o responsável da marca norte-americana reconhece que, também eles, não continuarão, por cá, indeterminadamente. Deixando, contudo e desde já, a promessa de que a Jeep tudo fará para os manter vivos, durante o máximo de tempo possível.
"A médio prazo, é claro que queremos proteger o V8... [assim como] o V8 de alto rendimento, [pelo] tempo que pudermos, e especialmente em mercados onde tem procura e faz sentido", comenta o francês, mesmo reconhecendo que, "ao mesmo tempo, [também] é muito claro que a eletrificação dá-nos a oportunidade de obter ainda mais desempenho, de uma maneira ainda melhor; aceleração [mais rápida] do que com um motor de combustão interna".
Assim e "para responder, sem responder, à pergunta que me foi feita, eu digo que amo os V8s, mas amo a eletrificação ainda mais, porque pode dar.me mais aceleração, mais potência [e] mais binário, num pacote melhor, que não prejudica o planeta. Portanto, parece-me ser uma solução melhor, a longo prazo", conclui.