Já o conduzimos. Avenger é mesmo o Jeep que faltava!...

Apostada em tornar-se 100% elétrica na Europa até ao final da década, a Jeep dá início à transição com o Avenger. E nós já o conduzimos!

Apostada em tornar-se 100% elétrica na Europa até ao final da década, a Jeep dá início à transição com o Avenger, um pequeno crossover elétrico para o segmento B, que, definitivamente, tem tudo para dar certo! Impressão confirmada naquele que foi o primeiro contacto, ainda fora de Portugal.

Primeiro modelo da marca americana desenhado e produzido na Europa, o Avenger é também o modelo que marca o início de uma nova fase de eletrificação da Jeep no Velho Continente. Na sequência da qual a marca norte-americana lançará, até 2025, um total de quatro novos veículos totalmente elétricos.

Aliás, destes, dois foram já oficialmente confirmados, a começar no Wagoneer S, um SUV de grandes dimensões, com posicionamento premium e luxuoso, mas também 100% elétrico e para o qual a Jeep promete uma autonomia a rondar os 600 quilómetros. Ao passo que o segundo, com o nome de Recon, será uma espécie de Wrangler 100% elétrico e, tal como este, declaradamente apto para enfrentar os trilhos mais difíceis.

O Avenger é um americano criado e nascido na Europa... para o mundo
O Jeep Avenger é um americano criado e nascido na Europa... para o mundo

Sustentada em todas estas propostas que hão-de vir, mas também na estratégia híbrida plug-in que tem vindo a colocar em marcha e que abarca já praticamente toda a gama, a ambição, declarada, por parte dos responsáveis da Jeep, de, não só chegar a 2030 com uma oferta exclusivamente elétrica na Europa, como também de vir a tornar-se líder global da eletrificação, entre os SUV.

Começar com o pé direito

De resto e especialmente depois de termos tido a oportunidade de, pela primeira vez, conduzir aquele que é, verdadeiramente, o ponta de lança de toda esta ofensiva 100% elétrica... e também a razão deste texto, apetece-nos começar por dizer que, a Jeep não poderia ter começado toda esta transformação, de forma melhor!

Porquê? Porque se trata de um modelo que corresponde na plenitude àquilo que é a moda maior no atual mercado automóvel europeu; porque se insere num dos segmentos do mercado, o B-SUV, que, só em 2023, representa um em cada cinco carros vendidos; e, porque, mais até do que o reconhecimento feito pelos media, têm sido os consumidores europeus a atestarem do bom trabalho feito, desde logo, pelos designers da marca, com a compra de mais de 20.000 unidades... ainda antes mesmo da chegada deste Avenger elétrico aos concessionários!

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Utilizando como base a já conhecida plataforma e-CMP2 para veículos elétricos da Stellantis, na qual a Jeep garante ter, no entanto, alterado a seu gosto um total de 600 componentes, a verdade é que o Avenger não deixa de ser, mesmo com o seu aspecto compacto que resulta dos apenas 4,08 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,53 m de altura, um verdadeiro Jeep. Juntando à imagem sólida, jovial e moderna, a materializar um coeficiente de arrasto de apenas 0,33, as obrigatórias promessas de liberdade e aventura que decorrem de uma altura ao solo de 200 mm (com parte inferior da carroçaria reforçada e plana), mas também de vãos dianteiro e traseiro especialmente curtos (20°  de ângulo de entrada e 32° de saída, ou seja, os mesmos do Wrangler!), assim como de um peso total que não excede os 1.500 kg!

Habitáculo para usar e abusar!

Mas se, em termos de exterior, a estética, que a marca diz ser inspirada no eterno Willis, não deixará de ser interpretada à luz da natural subjectividade, com pormenores como a nova grelha (mais baixa e larga) ou o muito plástico preto em redor da carroçaria que a Jeep diz servir para proteger dos toques e baixar os custos de reparação (até mesmo as ópticas estão embutidas e protegidas por um revestimento plástico), a puderem não agradar a todos, já no habitáculo, a simplicidade das linhas, a par de uma qualidade de construção que se antevê sólida (apesar dos plásticos...), com uma aposta na cor (amarelo torrado nas versões mais equipadas, cinzento nas versões mais baixas), mas também na tecnologia que se materializa em dois ecrãs digitais (um, a servir de painel de instrumentos, com dimensões entre as 7 e as 10,25", e, o outro, com 10,25", parte do já conhecido sistema de infotainment U Connect), deixa a ideia de que este é um carro para ser usado e abusado; e, preferencialmente, de forma intensiva!...

O Jeep Avenger aposta num habitáculo funcional e atraente, mas também confortável e com agradável habitabilidade
O Jeep Avenger aposta num habitáculo funcional e atraente, mas também confortável e com agradável habitabilidade

Anunciando uma distância entre eixos que chega aos 2,56 m, gostámos do espaço disponibilizado para quatro adultos (um quinto já torna tudo mais apertado, mesmo com um piso totalmente plano...), como também de uma posição de condução que nos convenceu, não apenas pelo conforto oferecido, como também pela forma como facilita a interacção, tanto com o volante de boa pega e amplos ajustes, como com o ecrã táctil, destacado, e botões físicos, dispostos em três patamares ao logo da consola central: o primeiro conjunto de quatro, relacionados com o infotainment, ao passo que, a segunda linha, destinados ao ar condicionado, e, a terceira, à engrenagem do sentido da marcha e modo de regeneração B.

Sendo que, em termos de visibilidade e embora o Avenger nem sequer seja das propostas com pior visibilidade traseira, a presença de uma câmara traseira de 180 graus, com vista do tipo drone, não deixa de ser, sempre, uma boa ajuda.

igualmente em óptimo plano, os muito espaços de arrumação espalhados pelo habitáculo e que conseguem acomodar até 34 litros de "tralhas", com especial destaque para o enorme alçapão entre bancos, tapado por uma cobertura magnética dobrável e com tomadas USB e USB-C no interior, mas que, ainda assim, consegue "engolir" uma mochila pequena. Podendo os passageiros espalhar os objectos pessoais ao longo da prateleira que acompanha o tablier ou, então, recorrer à bem aproveitada bagageira com portão de accionamento elétrico (inclusive, com o pé), piso revestido por um tapete em borracha amovível, e uma capacidade que pode variar entre os 355 e 1250 litros de carga. Valores que, diga-se, a tornam uma das melhores da categoria... mesmo tratando-se do Jeep mais compacto da história, a seguir ao Willis!

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Ainda à disposição dos ocupantes, uma oferta tecnológica que coloca o Avenger no topo do segmento B-SUV, graças à inclusão não apenas de um sistema de infoentretenimento com projecção Android Auto e Apple CarPlay sem fios, função "mix&match" para construir a sua própria interface (até 5 páginas e 12 widgets por página), serviços Uconnect (para contacto permanente com o carro, através do smartphone), navegação TomTom com reconhecido de voz natural e atualizações 'over-the-air'. Mas também e principalmente, de sistemas de segurança e apoio à condução, como a monitorização de ângulo morto, a travagem de emergência autónoma capaz de atuar relativamente a peões e ciclistas, ou o estacionamento automático - tudo sistemas que ajudam a garantir condução autónoma de nível 2 neste pequeno SUV de origens americana, mas criado e nascido na Europa...

Com condução ao gosto europeu

Já em estrada, a constatação do bom funcionamento, não apenas destes sistemas, mas também e principalmente, do novo grupo motopropulsor elétrico, de nome M3, e que, contando com um só motor elétrico de segunda geração, o primeiro da joint-venture celebrada entre a Stellantis e a NIDEC, a debitar 115 kW (146 cv) de potência e 260 Nm, consegue garantir prestações que passam pelos 9,0s na aceleração dos 0 aos 100 km/h, assim como por uma velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 150 km/h.

Beneficiando, desde logo, da resposta pronta e imediata que só os motores elétricos conseguem garantir, a este trem de força junta-se, depois, uma bateria com 12 módulos e 101 células, disposta na zona central do piso, e a anunciar 400V e 54 kWh de capacidade oficial (51 kWh úteis). Com a qual promete, ainda e graças a um consumo WLTP entre os 15,6 e os 15,7 kWh/100 km, autonomias até 395 km em circuito combinado, ou até 572 km, quando apenas em cidade.

O Jeep Avenger convence no desempenho, afinado à medida da Europa
O Jeep Avenger convence no desempenho, afinado à medida e segundo os gostos da Europa

No caso dos consumos, um valor que, diga-se, não ficou muito longe dos 15,9 kWh/100 km alcançado por nós, ao fim de um percurso misto de cerca de 80 quilómetros, em que, só no segmento de auto-estrada, havíamos feito uma média de 19,2 kWh/100 km. Tudo isto, cumprindo sempre as velocidades legalmente impostas.

Ainda sobre as sensações ao volante, a impressão de uma direcção que, além de anunciado a capacidade de cumprir um círculo de viragem em apenas 10,5 metros, pareceu-nos um pouco leve e filtrada em demasia, em particular, quando no modo de condução 'Normal' que o sistema adopta por defeito e no qual também mantém a potência e o binário limitados a 80 kW (109 cv) e 220 Nm, respectivamente. Algo que, ainda assim e tal como também acontece no ainda mais contido modo Eco, em que a potência surge limitada a 60 kW (81 cv) e o binário a 180 Nm, pode ser facilmente ultrapassado, pressionando mais fundo o acelerador.

Já no modo Sport, um feeling de direcção ligeiramente mais pesado, mas também a potência e binário totais (115 kw e 260 Nm) à disposição, com o Avenger a responder de forma mais solícita, mas também competente, graças ao bom trabalho realizado pelos engenheiros da Jeep. Graças ao qual o pequeno SUV acaba denotando um desempenho muito estável, sem deixar de ser confortável, mesmo quando por lombas mais altas, com a Jeep a anunciar, face aos modelos com a mesma base, uma redução de 20% na aceleração vertical, a par de menos 12% na tendência de rolamento e menos 18% no mergulho da frente.

Apesar de possuir apenas tracção dianteira... e ser elétrico, o Avenger conta com boas aptidões offroad
Apesar de possuir apenas tracção dianteira... e ser elétrico, o Avenger conta com boas aptidões offroad

Sendo que, a somar a este bom comportamento em alcatrão, a promessa de desenvoltura também na maioria dos caminhos de terra, graças à presença de tecnologias como o Selec-Terrain ou até mesmo do Hill Descent Control. Sistemas que, note-se, o Avenger é o primeiro Jeep de apenas tracção dianteira a possuir!

Quanto à recuperação de energia, a possibilidade de engrenar, apenas, um modo B, já que não existem patilhas para regular a intensidade do sistema, mas que, ainda assim, quando accionado (pouco se nota na condução), permite aumentar a capacidade de recuperação de energia, dos iniciais 15 kW, para 45 kW. Sendo que, uma vez chegado o momento de recarregar as baterias, o carregador de bordo admite potências até 100 kW em corrente contínua, com a possibilidade de repor entre 20 e 80% da carga em 24 minutos, ou, então e recorrendo a uma tomada de até 11 kW de corrente alterna, repor 100% da capacidade da bateria, em qualquer coisa como cinco horas e meia.

O Avenger em Portugal

Com promessas de chegada a Portugal já para o próximo mês de junho de 2023, o Jeep Avenger deverá chegar com três níveis de equipamento (Longitude, Altitude e Summit), o primeiro dos quais, já com jantes em liga leve de 16", sensores de estacionamento traseiro e ecrã central de 10,25 polegadas. Mas, também, com sistemas como o 'Select Terrain' e o 'Hill Descent Control', além de e já no domínio da segurança, a Travagem de Emergência Autónoma, o Reconhecimento de Sinais de Trânsito e a Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem.

https://youtu.be/aYtoB6TzmQQ

Proposto, igualmente, com um total de sete cores exteriores, seis das quais passíveis de poderem ser conjugadas com o tejadilho preto que surge nas fotos, o Avenger terá como preço de entrada, para particulares, os 39.700€. Ou então e no caso específico das empresas, 405 euros de renda mensal, sem entrada inicial, valores referentes ao Avenger Longitude 100% elétrico, já com despesas de legalização e transporte, num renting a 60 meses/50.000 km.