Itália pode oferecer marcas da Stellantis aos chineses

A Itália considera oferecer as marcas Innocenti e Autobianchi, detidas atualmente pela Stellantis, aos chineses para os encorajar a abrir

A Itália considera oferecer as marcas Innocenti e Autobianchi, detidas atualmente pela Stellantis, aos chineses para os encorajar a abrir fábricas no país, segundo avança a imprensa transalpina.

O Governo de Giorgia Meloni e o construtor automóvel Stellantis, liderado pelo português Carlos Tavares, não andam propriamente com as melhores relações. O executivo italiano quer mais produção em solo transalpino, mas o fabricante não está muito para aí virado, apostando noutras geografias, onde os custos de mão-de-obra são inferiores, designadamente na Polónia ou mais recentemente na Sérvia.

Após a proibição da utilização da designação Milano no SUV compacto da Alfa Romeo, que teve de ser rebatizado rapidamente como Junior, surge um novo episódio com o Executivo italiano a considerar ficar por decreto com algumas marcas defuntas de automóveis, detidas pela Stellantis, oferecendo-as aos chineses para os encorajar a abrir fábricas em Itália.

Innocenti Mini Cooper

De acordo com o diário italiano Il Sole 24, o plano deverá envolver as marcas Innocenti e Autobianchi, as quais deixaram de ter atividade na década de '90. 

A Innocenti era famosa nas décadas de '60 e '70 da década pela produção de uma versão italiana do Mini, tendo sido depois comprada pela Fiat, que agora integra a Stellantis. A antiga insígnia Autobianchi da Fiat produziu veículos citadinos como o A112 e o Y10.

Nacionalização de marcas?

O diário transalpino afirma que o ministro da Industria de Itália registou versões das duas marcas no instituto nacional de patentes e marcas, utilizando gráficos diferentes daqueles registados pelo grupo Stellantis.

Questionada pela agência Reuters, fonte da Stellantis afirmou que a empresa tinha visto as notícias mas não tinha sido informada pelo Governo acerca desses planos.

Autobianchi Y10

O jornal avança que a apropriação (ou confisco) poderá ser possível, graças a uma lei aprovada em dezembro e a um decreto regulamentar relativo a marcas que não tenham sido utilizadas nos últimos cinco anos. A legislação estão a ser analisada pelo Tribunal de Contas daquele país.

Logo que estejam sob controlo governamental, essa marcas podem ser dadas a "empresas, incluindo estrangeiras, que queiram investir em Itália ou instalar atividades industriais localizadas no estrangeiro", segundo refere a lei.

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Na apresentação do novo Panda, fabricado na Sérbia, e celebração do 125º aniversário da Fiat, na sede histórica de Turim, o ministro da Indústria, Adolfo Urso, que esteve presente no evento, voltou a insistir no relançamento das atividades industriais da Stellantis em Itália.