Ainda o ICE. Itália considera o fim da combustão em 2035 medida "sem sentido"

O Ministro dos Transportes de Itália veio hoje considerar a decisão da UE de acabar com a combustão em 2035 uma medida "sem sentido"

Continuam a manifestar-se as vozes contrárias à decisão da União Europeia (UE) de acabar com os motores de combustão (ICE) em 2035, sendo que, desta feita, é o Ministro dos Transportes de Itália, Matteo Salvini, a manifestar a oposição de um governo que lidera a terceira maior economia da UE.  Considerando a medida "económica, ambiental e socialmente sem sentido".

Líder do partido de extrema-direita hoje em dia no Governo, Matteo Salvini é conhecido pelas suas posições extremistas, além de um apoiante confesso de líderes mundiais como Valdimir Putin, que considerou "o melhor político e homem de Estado do mundo".

Desta feita e agora já como Ministro dos Transportes de Itália, Salvini veio a público considerar a intenção da União Europeia de acabar com a combustão de "fundamentalismo pseudo-ambiental", defendendo que a implementação da medida levará ao desemprego de dezenas de milhar de trabalhadores, devido à fim deste tipo de veículos.

Aliás e nesta sua intervenção, Matteo Salvini questionou, igualmente, os planos da UE de introduzir a nova norma Euro 7, a qual visa reduzir as emissões de óxido nitroso em 25%, a começar já em 2025. Posição que, aliás, subscreve a posição já assumida pelo CEO do grupo ítalo-americano Stellantis, o português Carlos Tavares, o qual criticou a implementação desta espécie de etapa intermédia, defendendo a passagem pura e simples para a mobilidade 100% elétrica.

Recordar, igualmente, que a Itália tem sido, desde o início, um dos estados-membros da UE que tem mostrado maior resistência ao desaparecimento dos automóveis com motores de combustão. Tendo estado na frente de várias iniciativas que procuravam anular, ou pelo menos adiar, a implementação da medida.

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Entretanto e com a guerra na Ucrânia a fazer disparar os preços da energia, a Suíça, que não faz parte da União Europeia, alertou para a possibilidade de conter a utilização de veículos elétricos privados, como forma atenuar as necessidades de energia resultantes deste tipo de automóveis.