Itália acusada de facilitar testes de emissões da Fiat-Chrysler

Na avaliação que se seguiu ao Dieselgate, faltam os resultados de alguns testes, realizados em Itália a modelos da FCA, que ajudam a descobrir softwares de alteração de emissões.   Um relatório feito pelo governo italiano e enviado em outubro para o grupo de análise do Parlamento Europeu ao escândalo do Dieselgate da VW, mas nunca publicamente revelado, está no centro de uma nova polémica. Um dia após a Fiat-Chrysler (FCA) ter sido o terceiro fabricante a ser referido pela França devido à possível existência de softwares de alteração de emissões nos seus automóveis, os grupos ambientalistas criticam este documento feito em Itália, indicando que foi permitido aos modelos da FCA evitar alguns testes que ajudam a descobrir os denominados "defeat devices" para alteração das emissões poluentes dos motores. Grupos como o Transport& Environment indicam que esta situação demonstra como alguns governos nacionais têm uma relação de apoio às marcas, e podem estar a encobrir o incumprimento das normas de emissões existentes. A questão foi empolada numa altura importante, já que esta quinta-feira as autoridades comunitárias vão votar a introdução de novas regras para que a União Europeia reforce a supervisão aos testes de emissões realizados pelos governos nacionais, evitando que estes executivos possam ajudar os fabricantes dos seus paises a contornar as leis.   É indicado que três dos sete modelos avaliados pelo Ministério dos Transportes transalpino, o Jeep Cherokee 2.0L (referido pela investigação francesa), o Alfa Romeo Giulietta 1.6 e o Lancia Ypsilon 1.3L não apresentam resultados para os testes de emissões em estradas públicas e para uma versão do ciclo NEDC da União Europeia para testes de laboratório. Além disso, nenhuma das viaturas da FCA inspecionadas tem todos os dados no teste "Artemis", que ajusta os resultados de laboratório para uma condução urbana quotidiana. Esta questão assume especial importância pois estes três parâmetros da avaliação são considerados essenciais para conseguir descobrir se existem softwares de alteração de emissões que as investigações no ambiente controlado de laboratório não conseguem decifrar. A situação é invulgar, uma vez que para outros sete modelos, de marcas como a BMW, Mercedes, Volkswagen, Mercedes e Opel, são apresentados os dados completos. A Itália já reagiu a esta polémica, e a responsável de comunicação do Ministério dos Transportes transalpino afirma que "nenhum teste-chave foi omitido para os modelos da FCA" e que uma versão final e mais completa do relatório referido foi já enviada para as autoridades comunitárias. Este novo documento conta com resultados adicionais para os modelos da FCA recolhidos em testes adicionais, e será publicado nas próximas semanas. Fonte: Automotive News Europe