Isuzu D-Max 1.9D LSE 1st Edition. Responder à concorrência

Quase quatro anos após a introdução no mercado nacional da atual geração da Isuzu D-Max, a Astara iniciou a comercialização da primeira atualização desta pick-up, cuja versão de lançamento recebe a designação “1st Edition”.

Uma das novidades consiste na adoção dos mais recentes sistemas de assistência à condução que passaram a ser obrigatórios na Europa na sequência da entrada em vigor do regulamento GRS2.

As versões mais equipadas da D-Max já contavam com direção assistida elétrica pelo que alguns dos sistemas já estavam disponíveis, como a travagem de emergência, alerta de sonolência, apoio à marcha-atrás com sensores de estacionamento regulador da velocidade de cruzeiro, mas passaram a ser de série, juntamente com o reconhecimento dos sinais de trânsito. A unidade ensaiada conta igualmente com os assistentes de ângulo morto e de manutenção na faixa de rodagem.

Exteriormente, a “nova” Isuzu D-Max distingue-se da sua antecessora por alguns elementos específicos como a grelha frontal ligeiramente redesenhada, os faróis Bi-LED nas versões mais equipadas como sucede com a LSE da unidade ensaiada, enquanto o pára-choques passou a contar com novas entradas de ar.

Na traseira destaque para o novo desenho do taipal traseiro, que possui um spoiler integrado. Os farolins traseiros, por sua vez, também apresentam um novo grafismo.

A versão de lançamento “1st Edition” possui elementos exclusivos, destacando-se a guarnição frontal, os pneus BF Goodrich, as abas das rodas, o rollbar, a bedliner (revestimento da caixa de carga), roll top e o amortecedor do portão traseiro.

Ambiente quase de SUV

Passando ao habitáculo, uma das novidades consiste na introdução de um quadro de instrumentos digital que apresenta um novo desenho, tendo o velocímetro passado para o mostrador principal, enquanto no lado direito se encontram os indicadores dos níveis de temperatura do motor e do combustível.

Igualmente revisto foi o grafismo do ecrã tátil da consola central devido à introdução dos menús para os novos sistemas de assistência à condução. A configuração dos mesmos está longe de ser das mais lógicas e a resposta do sistema não é tão rápida como nalguns concorrentes, nomeadamente a Ford Ranger ou a Volkswagen Amarok.

Por outro lado, a Isuzu manteve os botões físicos para controlo do volume de som e alguns atalhos para algumas funções. Além disso, a D-Max tem um painel dedicado para o sistema de ventilação que é mais simples de utilizar do que os ícones do ecrã tátil da Amarok e da Ranger.

A navegação continua a não estar disponível na D-Max pelo que o utilizador terá de recorrer ao seu smartphone, podendo visualizar os mapas no ecrã central, graças à compatibilidade do sistema com Android Auto ou Apple CarPlay.

Como já é habitual nas versões mais equipadas da pick-up da Isuzu, o ambiente interior aproxima-se mais de um SUV de segmento médio superior do que propriamente de um veículo de trabalho. A parte superior do painel de bordo possui um revestimento integral em material suave ao toque, mas os restantes plásticos já são pretos e duros. A placa “1st Edition”, localizada no lado do passageiro, identifica esta versão.

Os bancos, por seu lado, são forrados a pele sintética, assim como o volante multifunções, que concentra os botões de acesso aos menús do computador de bordo, assim como do regulador adaptativo da velocidade de cruzeiro (ACC).

Generosa habitabilidade

A posição de condução encontra-se com facilidade, graças às possibilidades de regulação elétrica do assento, enquanto o volante também é ajustável em altura e profundidade. No lado do condutor, o ajuste do banco é manual.

A habitabilidade nesta cabina dupla é bastante generosa para todos os ocupantes. Os espaços para arrumações não faltam a bordo, incluindo quatro suportes para copos, um compartimento em frente do selector da transmissão e um outro por baixo do apoio de braços.

Os dois porta-luvas também permitir guardar alguns objetos e têm uma dimensão aceitável. Entre os assentos dianteiros encontra-se um travão de estacionamento mecânico tradicional, mas para ligar o motor já existe um botão na coluna da direção.

Os bancos traseiros permitem acomodar três adultos com relativo conforto, mas são corridos e também podem rebater para criar um espaço de carga plano. As costas são direitas e o piso é elevado, semelhante a outras pick-up.

O compartimento de carga tem o comprimento habitual numa pick-up de cabina dupla, com 1,57 metros e os painéis laterais uma altura de 49 centímetros. O roll top é de série na D-Max “1st Edition”, mas opção na LSE.

Potência suficiente

Por baixo do compartimento do motor não existem novidades. A D-Max mantém-se fiel ao conhecido bloco turbodiesel de 1,9 litros que desenvolve uma potência de 164 cv às 3600 rpm e um binário máximo de 360 Nm entre as 2000 e as 2500 rpm. Para otimizar o consumo de combustível, a pick-up da Isuzu conta com um sistema Start & Stop.

O propulsor está associado, no caso da unidade ensaiada, a uma caixa manual de seis velocidades, precisa e bem escalonada para uma pick-up, mas a relação da primeira velocidade é muito curta. A seleção da márcha atrás dispõe de um "gatilho", impedindo que a mesma seja engrenada inadvertidamente durante uma redução.

Em termos dinâmicos, o motor é relativamente rápido a subir de regime, mas as rotações esgotam depressa, obrigando o condutor a engrenar uma outra mudança, pelo que está mais vocacionado para utilizações a baixos regimes e a velocidades reduzidas.

Será de referir que as suas prestações não diferem muito da versão de entrada da Toyota Hilux, com os seus 150 cv, O seu comportamento  mas relativamente à motorização mais potente deste modelo e à de outros concorrentes, incluindo a KGM Musso, o factor peso - potência já se faz sentir.

Suspensão moderamente eficaz

O refinamento do motor nunca foi o forte das pick-up e a D-Max está longe de ser uma exceção. Quaisquer solicitações adicionais do acelerador têm como resposta um maior ruído oriundo do compartimento do motor. O ruído aerodinâmico oriundo dos grandes espelhos exteriores também é elevado.

O rolamento da D-Max é bastante mais sofisticado do que era tradicional nas pick-up. No entanto, a suspensão ainda é bastante saltitante com a caixa de carga vazia e também enfrenta algumas dificuldades em absorver os impactos provocados pelos ressaltos dos maus pisos.

Para apoiar as manobras num veículo com um comprimento exterior de 5,27 metros, a D-Max LSE “1st Edition” conta com sensores de estacionamento e câmara traseira.

Fora de estrada

Se em estrada, a D-Max oferece um nível satisfatório de estabilidade, apesar da direção ser pouco precisa, o caso muda de figura em todo-o-terreno onde se revela mais assertiva.

Para engrenar o sistema de tração integral ou as redutoras basta rodar um comando junto à alavanca da caixa de velocidades. As aptidões em fora de estrada são asseguradas por uma altura ao solo de 24 centímetros, um ângulo de ataque de 20,5º e de saída de 24,2º, assim como as generosas jantes de 18 polegadas que montam pneus de terra 265/60/R18 da BF Goodrich.

Para transposição de obstáculos mais difíceis é possível ativar o controlo de estabilidade em descidas (HDC), assim como o bloqueio de diferencial traseiro. Aquele último permite que a potência seja distribuída equitativamente por ambas as rodas no eixo traseiro numa proporção de 50/50, assegurando melhores prestações em fora de estrada, sobretudo em pisos escorregadios ou em situações de cruzamento de eixos.

O bloqueio de diferencial é ligado através de um botão localizado na consola ao lado do seletor de velocidades, quando a viatura se encontra com a tração integral (4L) engrenada e a velocidade é inferior a 8 km/h.  

PREÇO  57 730€ (64 188 € versão ensaiada)

MOTOR Diesel 4 cil. 1998 cc

POTÊNCIA 164 CV às 3750 rpm

BINÁRIO 360 NM

TRANSMISSÃO Integral; Man, 6 vel.

COMP./LARG./ALT. 5,27/1,87/1,79 M

DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS 3,13 M

PESO 3100 KG

TARA 2050 KG

CARGA ÚTIL 1050 KG

ACEL 0 - 100 KM 9,8 S

VEL. MAX 180 KM/H

CONSUMO WLTP 8,4 (11,8*) kW/100 km

EMISSÕES 180 G/KM

IUC 58,21 €

* Medições Turbo