Investigadores fazem raid às instalações da Audi e Volkswagen

No dia da conferência anual de resultados da Audi, a marca recebeu uma visita inesperada no seu quartel-general. Ocorreram novas investigações relacionadas com o DieselGate nas instalações do Grupo Volkswagen e da Audi esta quarta-feira. As autoridades germânicas relataram que as suas buscas passaram pela sede da VW na cidade de Volfsburgo e nos escritórios e unidade de produção da Audi em Ingolstadt e Neckarsulm, na Alemanha. O Grupo VW e a Audi já confirmaram a ocorrência destas investigações e a marca refere a intenção de cooperar totalmente com os procuradores. As autoridades, provenientes da cidade de Munique, relatam que as suas investigações focam-se na venda de 80 mil veículos diesel que a Audi enviou para os E.U.A. entre 2009 e 2015. A própria marca assumiu publicamente, em Novembro de 2015, que os seus motores 3.0L V6 diesel estavam equipados com sistemas de controlo de emissões considerados ilegais, num escândalo que alastrou a outras empresas do grupo e motores, dando origem a uma das maiores fraudes de sempre da indústria automóvel. Apesar da maior parte das viaturas afectadas se encontrar no 'velho continente', foi explicado que os veículos na Europa não fazem parte do objecto destas buscas. A marca dos quatro anéis foi considerada, segundo reportou o jornal alemão Handelsblatt, o local de origem, em 1999, de um software capaz de enganar os dados dos testes de emissões. Para além disso, a Audi despediu no mês passado quatro engenheiros da sua divisão diesel e um dos responsáveis do Grupo VW foi preso pelo FBI. Não deixa de ser curioso que esta visita das autoridades tenha coincidido com o dia da conferência anual de apresentação de resultados da Audi. Provavelmente já alertado para a presença dos investigadores, na abertura dos trabalhos, foi dito que "O caminho para o esclarecimento [o escândalo de emissões] está longe de acabar. Vamos continuar até que este trabalho seja feito", afirmou Rupert Stadler, CEO da Audi.