O responsável máximo da marca confirmou que vai ser alargada a gama de propostas de menor impacto ambiental da marca, não apenas com híbridos e elétricos mas igualmente pelos FCV. Analisando a realidade do mercado, afirma que as infraestruturas não estão preparadas para uma transição completa para as novas motorizações e ainda indicou ser praticamente impossível os novos players suplantarem os grandes fabricantes. Por fim, terminou com um "elogio" a Sergio Marchionne. O responsável máximo pela Hyundai na Europa, Thomas Schmid, confirmou que a marca se prepara para lançar novos modelos eletrificados, devendo ter um total de 10 modelos com estas características no seu portefólio até 2020. Esta gama de menor impacto ambiental (onde a principal estrela é o multifacetado Ioniq) contará dentro de três anos com quatro híbridos de Plug-In e ainda quatro veículos 100% elétricos. Também está a culminar a fase de desenvolvimento de um novo FCV, que vai alcançar uma autonomia de 800km com um tanque de hidrogénio e fará das capacidades autónomas outro dos principais atributos. [caption id="attachment_47219" align="alignnone" width="416"] Thomas Schmid é o Chief Operating Officer da Hyundai na Europa[/caption] Schmid considerou, no entanto, que existe uma questão essencial para resolver se o objetivo passar por contar no futuro apenas com veículos 100% elétricos, e que tem a ver com as infraestruras. O responsável pela Hyundai na Europa afirma que nem dentro de cinco anos haverá uma rede de carregamentos suficientemente extensa, dando como exemplo uma imensa fila de carros nas estradas em viagens longas a precisar de ser abastecidos. O que obrigaria a ter centenas de pontos de carga, algo impossível nesta altura. Por isso, Schmid afirma que "durante a fase de transição, os Plug-In e os híbridos serão a solução para as grandes viagens. Para a cidade, os carros elétricos podem servir". A questão da falta de locais para abastecer é também considerado como o principal entrave para os FCV. Apesar disso, acredita que os carros com pilhas de hidrogénio podem representar já 20% do mercado daqui a cinco anos. Tendo em conta isso, na entrevista à Automotive News Europe este executivo da marca coreana foi também convidado a comentar a queda dos diesel. Apesar de não considerar que estes motores estão condenados, acredita que o declínio vai continuar, e que eles vão passar de 49,5% do mercado em 2016 para cerca de 30% a cinco anos. Até pela atual transição para os veículos elétricos, foi abordado o perigo da chegada de novos players, como a Tesla ou as empresas tecnológicas. Schmid reconhece que é mais fácil fazer um carro elétrico mas não acredita, no entanto, que eles representem um verdadeiro perigo para os fabricantes tradicionais, pois "o conhecimento profundo dos processos de produção continuará a ser uma vantagem competitiva". No entanto, espera que venham a surgir no futuro mais negócios como aquele se foi feito recentemente entre a Opel e a PSA. E, falando de negócios, Schmid foi questionado sobre as notícias que têm surgido sobre a possível aquisição da Fiat por parte da Hyundai. A resposta não poderia ter sido mais clara. "Sergio Marchionne é muito bom a criar rumores e fofocas porque ele procura quem poderá ter interesse. Ele está provavelmente certo. A Ásia pode ser a região certa. Mas não a Hyundai". Para terminar, afirmou ainda a forma como a marca pretende destacar-se e superar os seus adversários. "Qualidade, fiabilidade e orientação para os consumidores" são essenciais, a que se junta ainda a introdução de novas tecnologias em áreas como a segurança e conetividade. Fonte: Automotive News Europe