"Incompreensível". Importador Hyundai e Honda contra fim do apoio a híbridos

Aprovada na Assembleia da República, a nova limitação dos incentivos fiscais aos híbridos e PHEV, acaba de ser criticada pela Hyundai e Honda

Confirmada a aprovação, por parte da Assembleia da República e no âmbito da discussão do próximo Orçamento de Estado para 2021, da limitação dos incentivos fiscais para a compra de automóveis híbridos e híbridos plug-in, eis que começam a surgir as primeiras vozes de protesto, da parte dos construtores automóveis, relativamente a esta medida. A começar, pela Hyundai e Honda.

Criticando, desde logo, a falta de diálogo, da parte dos responsáveis políticos, com os operadores do sector automóvel, cujo mercado tem vindo a registar quebras, ao longo do presente ano, superiores a 35%, o importador das marcas automóveis Hyundai e Honda para Portugal contesta, em comunicado assinado pelo CEO e Executive Board Member, Sérgio Ribeiro, a diminuição dos apoios governamentais à compra de veículos híbridos e híbridos plug-in. Garantindo, desde logo, que "não existe evidência científica que justifique que as viaturas híbridas ou plug-in são mais poluentes do que motorizações a combustão".

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Como tal, a premissa que serviu de base para a alteração da política de incentivos e que defende que os veículos híbridos são tão ou mais poluidores que os automóveis com motores de combustão, "simplesmente não traduz a realidade", afiança o representante nacional da marca sul-coreana no nosso País.

No comunicado, a Hyundai Portugal recorda, ainda, que "Portugal é já um dos mercados com maior carga fiscal sobre automóveis", pelo que, "a medida agora apresentada não vem mais do que, em alguns casos, duplicar a carga fiscal aplicada a estes veículos (híbridos e plug-in) que, recorde-se, representam já cerca de 20% do mercado".

"Em suma, com esta medida, os portugueses vão pagar mais por optarem por carros amigos do ambiente, que passam a ser mais taxados", assina o CEO e Executive Board Member da Hyundai Portugal, Sérgio Ribeiro, acrescentando que, num sector que emprega cerca de 150 mil pessoas, tais medidas resultarão, igualmente e a curto prazo, "numa recessão grave, acentuada pela atual conjuntura pandémica".

De resto e no comunicado encabeçado pelo logótipo da Honda, o principal responsável pela importação dos veículos da marca nipónica, para o nosso País, considera, mesmo, ser, de "uma enorme irresponsabilidade" e "incompreensível", tal medida, reafirmando, por isso, a sua "profunda preocupação face aos impactos", os quais, avisa, terão "sérias repercussões na orientação estratégica do setor, mas principalmente no espetro económico e social".

"Em causa está toda a estratégia empresarial definida pelo setor para os próximos anos, os compromissos assumidos, a aposta na procura de soluções ambientalmente mais responsáveis, os enormes investimentos em stocks de viaturas já efetuados, e os milhares de postos de trabalho. Não escolhemos este caminho. Quem assumirá a responsabilidade?", termina, no comunicado da Hyundai, o CEO responsável pela importação das duas importadoras, Sérgio Ribeiro.