Hidrogénio verde. Será o combustível do futuro?

O hidrogénio verde é apontado como o combustível do futuro, graças à sua produção a partir de fontes renováveis. A elevada autonomia

O hidrogénio verde é apontado como o combustível do futuro, graças à sua produção a partir de fontes renováveis. A elevada autonomia, o baixo peso e o tempo rápido de abastecimento apresentam-se como as principais vantagens na utilização em veículos automóveis com pilha de combustível. Mas também tem desvantagens e o preço elevado pode ser uma delas.

O hidrogénio é o elemento químico mais abundante no planeta, já que está presente na água, que cobre 71% da superfície terrestre. A sua obtenção é relativamente simples, a partir do gás natural, ou a partir de um processo mais complexo e caro como a eletrólise da água. 

O hidrogénio também pode ser utilizado como combustível nos veículos automóveis, designadamente para alimentar uma pilha de combustível, onde são realizados processos eletroquímicos para produzir eletricidade para fornecer a um motor elétrico e sem emitir gases poluentes. A reação entre o hidrogénio e o oxigénio para gerar energia elétrica tem como resultado água. 

O hidrogénio verde, por sua vez, é obtido a partir de fontes renováveis. Se no processo de produção, acumulação e transporte, a pegada de carbono for reduzida a zero, um automóvel com pilha de combustível que utilize hidrogénio verde terá emissões zero de dióxido de carbono. 

O hidrogénio verde é obtido com água e dois eletrodos e através de uma corrente elétrica é separado o hidrogénio e o oxigénio. A energia para realizar o processo deve ser oriunda de fontes renováveis.  

O hidrogénio é acumulado pressurizado em depósitos e pode ser transportado com relativa facilidade até às indústrias ou estações de serviço com bombas de abastecimento deste combustível.

Pilha de combustível

Na eletrificação do setor automóvel, a pilha de combustível está a ser apontada como uma alternativa às baterias de tração. Embora este último seja o mais vulgarizado, no futuro irá assistir-se a um cenário em que ambas as tecnologias irão coexistir. Aliás, a União Europeia vai obrigar a que exista uma bomba de abastecimento de hidrogénio a cada 150 quilómetros.  

A principal vantagem do hidrogénio é a sua elevada autonomia, associada à poupança de peso e espaço das baterias. O Toyota Mirai tem uma autonomia anunciada de 650 quilómetros.

O processo de abastecimento não demora mais de cinco minutos para, por exemplo, encher os depósitos com capacidade de142 litros de hidrogénio de um Toyota Mirai. 

O hidrogénio é mais leve que uma bateria, sendo o peso um inimigo da eficiência. Um elétrico a bateria com elevada autonomia exige uma bateria com várias centenas de quilos. O Hyundai Nexo, por seu lado, necessita apenas de 0,95 quilos de hidrogénio para percorrer cem quilómetros.

Principais constrangimentos

A introdução da tecnologia da pilha de combustível ainda apresenta alguns constrangimentos, começando pela reduzida oferta de produto e pelo elevado preço de aquisição. O Toyota Mirai, por exemplo, está disponível em Portugal a partir de 77.390 euros.

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Outro obstáculo é a ainda incipiente rede de abastecimento de bombas de hidrogénio. Bruxelas promete pontos de abastecimento a cada 150 quilómetros e em todas as cidades, nos próximos anos. Por outro lado, o custo do combustível também ainda é relativamente elevado. O quilograma de hidrogénio tem um valor entre 10 e 15 euros.