Em associação com a Cimeira do COP23, os responsáveis pelo Conselho do Hidrogénio reuniram-se e apresentaram um estudo pioneiro que mostra que esta fonte de energia poderá, sozinha, ser responsável por um decréscimo de 20% nas emissões de dióxido de carbono até 2050. Apesar de todos os constrangimentos que ainda enfrenta no sector automóvel, com as dúvidas relativas à segurança das pilhas de combustível e a escassez de postos de abastecimento, o hidrogénio tem vindo, através dos modelos FCV, a cotar-se cada vez mais como uma alternativa viável carros com motores de combustão. Agora um novo estudo veio demonstrar a viabilidade e impacto positivo que esta fonte de energia poderá ter a nível ambiental. A investigação foi apresentada na reunião do Conselho do Hidrogénio, que decorreu à margem da Cimeira do Ambiente COP23, e que mostrou que esta energia poderá representar, sozinha, 20% da descida das emissões de CO2 até 2050. A conclusão do estudo "Hydrogen, Scaling Up" refere que este será um pilar essencial na transição para uma economia ecologicamente sustentável ao nivel energético. Capaz de criar ao longo das próximas três décadas um total de 30 milhões de empregos e significar 2,5 triliões de dólares em volume de negócios, ele pode cortar 1/5 das atuais emissões de CO2. Importante para tal será, evidentemente, o impacto no sector rodoviário, pois os veículos com células de combustível de hidrogénio apenas emitem vapor de água dos seus tubos de escape. O Conselho de Hidrogénio refere que até 2050 pode ser evitado o envio de 6 gigatoneladas de CO2 para a atmosfera, e que nos próximos doze anos, até 2030, podem já estar nas estradas 15 milhões de automóveis e 500.000 pesados com motorizações FCV. Vai ainda juntar-se, para o benefício ambiental calculado, o impacto em sectores como o aquecimento e ainda a geração e armazenamento de energia. Além dos 20% de corte nas emissões de CO2 a meio deste século, o hidrogénio também irá representar nessa altura 18% da energia consumida a nível global. Mas o "Hydrogen, Scaling Up" refere ainda a necessidade de fortes investimentos na fase inicial, pois nestes primeiros anos pode obrigar a gastos anuais entre 20 e 25 milhões de dólares, perfazendo um total de 280 mil milhões em 2030. Parte destes gastos virão, certamente, dos fabricantes automóveis, algo que se comprova pela sua preponderância no grupo de 18 membros do Conselho do Hidrogénio, que representam em conjunto receitas mundiais no valor de 1,3 triliões de dólares e mais de 2 milhões de empregos. Entre os gigantes mundiais, encontram-se nesta associação a Toyota, Hyundai, Audi, BMW, Daimler e GM, além da Mitsubishi integrar o conjunto de dez parceiros desta entidade. Ou seja, 1/3 dos membros do Conselho do Hidrogénio pertence ao sector automóvel. A importância vital do automóvel no Conselho do Hidrogénio fica também visível pelo facto da Hyundai e da Toyota irem, ao longo dos próximos anos, alternar no cargo da Vice-Presidência desta entidade.