Governos europeus com responsabilidade no Dieselgate

A acusação é do próprio Parlamento Europeu, que afirma que foram perdidos seis anos na introdução de normas de emissões mais exigentes e que ajudariam a descobrir softwares fraudulentos como no caso do motor EA189. O relatório referente ao escândalo de emissões publicado pelo Parlamento Europeu é claro e indica que devido a pressões por parte de vários países foram perdidos seis anos na introdução de novas regras de emissões, que além de representarem benefícios para a saúde e meio ambiente também poderiam ter evitado a existência de escândalos de fraude como o Dieselgate da Volkswagen. A Comissão Europeia é também acusada, pois é indicado que este entidade não cumpriu com a sua obrigação de escrutinar as ações dos governos para garantir a inexistência de softwares ilegais. "Agora temos uma compreensão clara dos falhanços na supervisão da indústria automóvel que tornaram possível o Dieselgate: a fraude poderia ter sido evitada", pode ler-se nas afirmações do holandês Gerben-Jan Gerbrandy, que ajudou a escrever o relatório. Tendo em conta as evidências referidas, é requerido um reforço da supervisão do mercado, de forma a evitar a existência de relações demasiado próximas entre os reguladores e os fabricantes. É referido claramente no relatório que foi a pressão exercida pelo lobby que representa a indústria automóvel que esteve na origem do atraso de seis anos na introdução de novas regras de emissões. A procura de evitar complicações adicionais no período de fragilidade após a crise financeira de 2008 terá sido a razão apontada, e é referido que no grupo de países que mais defenderam esta ideia encontravam-se a França, Hungria, Itália, Eslováquia, Espanha e Roménia. Entre os problemas que os novos testes de emissões poderiam trazer estão o facto dos resultados para os gases poluentes poderem ser até 15 vezes superiores e também o facto de ser mais fácil descobrir a existência de softwares ou dispositivos ilegais que podem ludibriar os testes de laboratório. Com a Agência Ambiental Europeia a afirmar que só os óxidos de azoto são a causa de 70.000 mortes prematuras por ano, este registo pode diminuir graças aos novos testes com maior proximidade entre os valores de emissões apresentados pelos fabricantes e os realmente experienciados em condução, juntamente com a introdução de limites mais exigentes para a quantidade de gases poluentes expelidos pelo tubo de escape. Para saber mais informações sobre os novos testes de emissões, as informações estão disponíveis neste artigo da Revista Turbo.   Fonte: Automotive News Europe