Ainda detido para responder pelas acusações de fraude financeira, Carlos Ghosn não resistiu à pressão para que deixasse os cargos de liderança no fabricante gaulês e demitiu-se Há cerca de um ano Carlos Ghosn era aclamado pelo incrível trabalho desenvolvido à frente da Renault e da Nissan. Isto porque em duas décadas ele conseguiu recuperar as duas marcas, resistir à crise económica e alcançar, após a integração da Mitsubishi na aliança franco-nipónica, o primeiro lugar mundial das vendas. Passados doze meses, por incrível que pareça, temos agora a notícia de que Carlos Ghosn se demitiu a partir da prisão dos últimos cargos que ocupava na Renault (após estar já anunciada a saída da Nissan e Mitsubishi). Detido em novembro por alegada fraude fiscal, aquele que é agora o ex-CEO e ex-Presidente da Renault entrou numa espiral descendente. Após ter respondido às primeiras acusações de fraude fiscal, novas alegações vieram surgir sobre o comportamento deste executivo, o que levou à extensão do seu cárcere. E se numa primeira fase parecia que a marca gaulesa iria manter a confiança no CEO de 64 anos, a pressão que veio a ser exercida pelo governo francês (um dos maiores acionistas da Renault) acabou por levar Carlos Ghosn a demitir-se a partir da prisão. A Renault já confirmou esta saída em comunicado, e indicou que vai aproveitar a oportunidade para introduzir uma nova estrutura diretiva. Segundo se pode ler no comunicado, a marca do losango pensa agora passar a separar os cargos de CEO e Presidente, evitando a acumulação excessiva de poder numa pessoa. E já estão escolhidos os sucessores de Ghosn nos dois cargos. O novo Presidente será Jean-Dominiq Senard, enquanto o novo CEO vai ser Thierry Boloré. Em resposta a esta demissão, a Nissan também já veio agendar para abril uma reunião extraordinária do Conselho de Administração. Nesse encontro deve ser confirmada a saída de Ghosn, e também do seu alegado "parceiro no crime" Greg Kelly. Além disso, como a marca francesa detém parte do capital do fabricante nipónico. será também nomeado um novo administrador da Renault como um dos oito membros do Conselho de Administração da Nissan. Fonte: Automotive News e mais fontes