Depois de ter decidido, há cerca de cinco anos, praticamente abandonar o Velho Continente, eis que a norte-americana General Motors já admite, agora, regressar à Europa. Mas com uma condição: enquanto fabricante de apenas de veículos elétricos (EV)!
A medida, algo radical, teve lugar em 2017, também na sequência da venda da Opel/Vauxhall ao então grupo francês PSA. Sendo que, no âmbito desta decisão da norte-americana General Motors (GM) de abandonar os mercados da Europa, desapareciam, igualmente e forma oficial, marcas como a Chevrolet.
Com o propósito assumido de se reorganizar e estancar as perdas, a GM reduziu, ainda, a presença no Sudoeste Asiático, Índia e Austrália, mantendo, nos moldes de então, apenas as operações em África, Médio Oriente, Coreia do Sul, China e, naturalmente, nas Américas.
Entretanto e passados que estão cerca de cinco anos, eis que a atual mulher-forte da General Motors, Mary Barra, acaba de assumir, numa conferência em Los Angeles, EUA, a possibilidade de regresso ao Velho Continente. Garantindo que, mesmo sem "qualquer remorso de vendedor daquele que era um negócio baseado na combustão interna", "estamos a analisar a oportunidade de crescimento entretanto surgida de regressar à Europa, mas como um player no domínio dos automóveis elétricos".
LEIA TAMBÉM
A começar num crossover. General Motors vai produzir dois EV para a Honda
De resto e conforme também assumiu a gestora, em declarações reproduzidas pelo norte-americano Detroit Free Press, "estou ansiosa pela oportunidade".
Ausente da Europa... ou quase
A ajudar a este regresso, surgirá, certamente, o facto da GM não ter, na verdade, abandonado por completo a Europa, mas mantido uma pequena rede de concessões na Europa Ocidental, através da qual continuou a vender, em mercados seleccionados, Corvette e alguns Cadillac.
Contudo, também é verdade que estamos a falar, basicamente, de produtos de nicho, ou seja, algo totalmente diferente daquilo que seria, em caso de regresso, a aposta na nova geração de veículos elétricos de grande volume do fabricante. Como é o caso, por exemplo, do SUV Cadillac Lyric.
Ao mesmo tempo, a GM estará já a trabalhar num novo modelo de negócio centrado na mobilidade para a Europa, cuja liderança está atualmente a cargo do antigo vice-presidente da Cadillac para a América do Norte, Mahmoud Samara.
China e América no topo das prioridades
Aliás e embora a China e a América do Norte continuem no topo das prioridades do fabricante, este responsável já garantiu que "a nossa equipa vai desenvolver planos com o objectivo de disponibilizar os nossos melhores produtos e serviços, na Europa".
A contribuir para a concretização de todo este desafio, está, também, o facto da General Motors ter já fixado 2035 como o ano em que se tranformará num fabricante automóvel com uma oferta composta apenas e só por veículos zero emissões.