A ofensiva da Geely na Europa, continua. Desta feita, o alvo foi a britânica Aston Martin Lagonda, que acaba de anunciar um acordo para a compra, pelo maior grupo automóvel privado chinês, de 7,6 por cento do histórico fabricante inglês.
O anúncio deste entendimento acaba, no entanto, por ser uma espécie de cambalhota de 180 graus por parte da Aston Martin Lagonda, a qual, ainda no início do ano, havia recusado uma oferta do mesmo pretendente.
Na altura, o fabricante automóvel britânico disse não haver "base para conversações", por considerar que a oferta da Geely não era uma "opção de financiamento atraente", assim como a "oportunidade de criação de valor para os accionistas atuais".
Contudo e passados que estão poucos meses, a posição do construtor que leva já 109 anos a fabricar automóveis desportivos de luxo ter sido alvo de uma autêntica cambalhota, ao anunciar agora que o maior grupo automóvel privado chinês vai adquirir, através da sua holding, Zhejiang Geely Holding Group, 7,6 por cento da estrutura accionista da Aston Martin Lagonda.
O negócio, que estará já consumado, está a ser avaliado, segundo a Automotive News Europe, em qualquer coisa como 7,55 mil milhões de libras esterlinas, pouco mais de 8,74 mil milhões de euros, embora nenhuma das partes tenha aceite revelar o verdadeiro e concreto valor da aquisição.
LEIA TAMBÉM
Tecnologia alemã à disposição. Aston Martin "rende-se" à Mercedes-Benz
Com a consumação do negócio, a empresa do multimilionário chinês Li Shufu junta-se, assim, ao grupo de investidores que hoje em dia detêm a Aston Martin Lagonda e dos quais fazem parte o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, com 16,7 por cento; a Yew Tree, consórcio liderado pelo milionário norte-americano Lawrence Stroll, com 18,6 por cento; e a Mercedes-Benz, com uma participação de 9,7 por cento.
Ainda quanto à Geely, vale a pena recordar que já é proprietária de fabricantes automóveis europeus como a Volvo Cars, a Lotus e a Polestar além de deter 9,7 por cento das acções do Mercedes-Benz Group. Com o qual acaba, de resto, de relançar a Smart.
Após o anúncio da concretização do negócio, foi o próprio CEO do Geely Group, Donghui Li, a anunciar, em comunicado, que "estamos ansiosos para explorar potenciais oportunidades de colaboração com a Aston Martin, ao mesmo tempo que esta continua a implementar a sua estratégia para alcançar crescimento sustentável a longo prazo, assim como maior lucro".
Recorde-se que a Aston Martin anunciou recentemente um novo posicionamento estratégico, a par de um novo logótipo e um novo mote: "Intensity. Driven".
Entretanto, tem previsto lançar o seu primeiro veículo elétrico em 2025 e tornar todos os seus produtos eletrificados a partir de 2026, sendo que, ainda antes disso, chegará o Valhalla, o primeiro híbrido plug-in da marca.