Frota da Nestlé Portugal terá 500 veículos elétricos em 2025

A frota de ligeiros de passageiros da Nestlé Portugal - 500 veículos - vai ser elétrica no início de 2025, ficando para depois os comerciais

Toda a frota de ligeiros de passageiros da Nestlé Portugal - 500 veículos - vai ser elétrica no início de 2025, ficando para mais tarde os 100 comerciais ligeiros. A estratégia prevê uma rede de carregamento independente e a utilização de eletricidade renovável.

Até final de 2024, a Nestlé vai substituir toda a sua frota de ligeiros de passageiros em Portugal por veículos elétricos, num total de 500 viaturas. Além disso também está prevista a renovação da frota de 100 comerciais ligeiros, processo que já se iniciou com cinco unidades Mercedes-Benz eVito, mas só estará concluído mais tarde devido a questões operacionais que ainda têm de ser ultrapassadas. 

Denominado programa Green Fleet, o projeto de transformação de toda a frota está inserido no compromisso, assumido globalmente pela Nestlé, de atingir a neutralidade carbónica até 2050. "A Nestlé abraçou e continua a abraçar todas as oportunidades para cumprir este compromisso de reduzir as emissões", afirma Luís Silva, gestor do programa Green Fleet, sublinhando que este último é "apenas mais um" no quadro da estratégia Green Vision da empresa para a redução do impacto ambiental das suas operações.

Luís Silva - gestor do programa Green Fleet da Nestlé Portugal

"Fomos muito ambiciosos neste objetivo de conseguirmos fazer uma transformação profunda da nossa frota. Esta nossa ambição está alinhada com os compromissos de sustentabilidade e ainda para mais numa área como o transporte que tem uma grande pegada de carbono".

Estratégia de sustentabilidade arrancou em 2019

A estratégia de sustentabilidade da Nestlé arrancou em 2019 e foi no ano seguinte que a empresa começou a olhar para a frota, que é constituída por duas grandes tipologias de veículos: ligeiros de passageiros e de mercadorias. "Começamos pela tipologia mais simples, mas também é aquela com maior número de viaturas, o que depois aumenta a complexidade do problema", refere o responsável da Nestlé Portugal.

"Até 2020, os principais critérios na contratação da frota eram a segurança e o conforto. Com os elétricos surgiu uma nova componente, que é a autonomia. Para quem estava habituado a poder percorrer 700 quilómetros entre abastecimentos, o elétrico apresenta algumas limitações", explica. 

Após os cálculos efetuados relativamente ao número de quilómetros percorridos diariamente por cada colaborador, os responsáveis do programa Green Fleet chegaram à conclusão que as equipas de vendas dos ligeiros de mercadorias faziam muitas vezes mais quilómetros do que permite a autonomia dos veículos, enquanto no caso dos utilizadores de ligeiros de passageiros já era possível a transição para os elétricos. 

Rede de carregamento independente

O primeiro passo na trajetória de eletrificação da frota automóvel da Nestlé passou pela introdução de veículos híbridos plug-in que se destinavam aos utilizadores das equipas associadas à gestão da equipa de vendas porque a autonomia de 250 quilómetros dos veículos cem por cento elétricos era considerada insuficiente para as suas deslocações. "

Na altura optámos pelo Volkswagen Passat Variant GTE para as pessoas destas equipas que poderiam ser penalizados pela troca", recorda Luís Silva. Atualmente existem 33 veículos PHEV, o que representa sete por cento do total, mas o objetivo é a sua substituição por elétricos até 2025.

Na sua estratégia de eletrificação da frota, um dos pilares consiste na implementação de uma rede de carregamento independente da rede pública para que os colaboradores tenham a possibilidade de carregar as viaturas. "Até 2025 vamos ter 70 carregadores: 42 na sede em Linda-a-Velha; 12 na fábrica de Avanca, oito na fábrica do Porto; quatro na delegação de Loulé; quatro nas ilhas.

Wallboxes nas residências

Um terceiro pilar desta estratégia passa pela instalação de "wallboxes" nas residências dos colaboradores. "A Nestlé está a fazer esse esforço e investimento para permitir que não haja impacto no trabalho do colaborador, permitindo carregar na empresa ou em casa. O objetivo é que não esteja obrigado a parar a meio do dia para fazer um carregamento e perder cerca de meia hora", explica o gestor do programa Green Fleet.

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Para que o colaborador não tenha de suportar o custo de energia para o veículo elétrico na sua residência, a Nestlé coloca um equipamento ligado à rede MOBI.E, que comunica ao comercializador qual é a energia debitada pela "wall-box", paga pela empresa através do cartão Galp Frota.

"O objetivo é que o comercializador deduza essa energia para que o nosso colaborador não esteja a pagar consumida pela viatura elétrica. O processo é complexo, mas já está desenhado para que seja possível e não tenha impacto sobre o colaborador", refere o responsável.

Formação dos colaboradores

A gestão da mudança para veículos elétricos passou igualmente pela formação dos colaboradores e pela disponibilização informação, especialmente ao nível dos carregamentos e da autonomia. "Não vai ser possível fazer a vida da mesma forma com um veículo elétrico, mas poderá ser possível melhorá-la. Se nos habituamos a carregar um telemóvel em qualquer sítio também é possível fazer o mesmo com um veículo elétrico. Essa é uma mudança de comportamento que permite viver da mesma forma sem alterar muito o dia-a-dia", explica.

"Antes de cada entrega fazemos sessões teóricas de informação para passar toda a informação. Depois temos também sessões práticas com grupos de dez a doze pessoas, em que as pessoas se podem inscrever. Temos ainda sessões com o carro em que a própria marca explica o seu funcionamento. Queremos que o carro não seja uma surpresa para o colaborador no dia em recebe a chave".

Os primeiros colaboradores que receberam veículos elétricos foram aqueles que a ele têm direito por benefício. "Regra geral é uma pessoa que trabalha principalmente nos sites e na empresa. Para essas pessoas constitui a substituição periódica do carro da empresa e pouco impacto terá na vida profissional", refere Luís Silva. Alguns colaboradores utilizam a viatura no seu trabalho para visitar clientes, mas não são força de vendas "pura e dura".

Artigo publicado originalmente na Turbo Frotas & Comerciais 52 - junho de 2023. Leia e edição completa e o artigo na íntegra aqui.