Mesmo com os resultados financeiros a não serem propriamente positivos, a Ford não desarma na chamada "luta dos elétricos" e, depois do Mustang Mach-E, prepara agora um novo modelo, ainda que... diferente. Mais precisamente, um SUV elétrico, não com cinco, mas sete lugares.
A confirmação desta nova aposta foi dada pelo próprio CEO da Ford Motor Company, em declarações a analistas, durante a apresentação dos resultados relativos ao primeiro trimestre de 2023, entretanto difundidas pela britânica Autocar.
Falando sobre o tema, Jim Farley recordou que o mercado dos elétricos tem vindo a conhecer uma abundância de ofertas no que a modelos de cinco lugares diz respeito, isto numa altura em que, a caminho, estão muitos mais. Aliás, a própria Ford estima que, até 2025, a oferta de SUVs elétricos com duas filas de bancos, chegará aos 45.
"A verdade é que já podemos ver um excesso de oferta nos segmentos dos veículos elétricos com duas filas de bancos", afirmou o CEO da Ford, acrescentando, contudo e "em oposição ao mercado dos crossovers de duas filas que acreditamos estar já muito saturado, o segmento E, de propostas com três filas de bancos, pode ser algo fortemente diferenciador em mercado onde conhecemos bem o tipo de cliente".
Mais clientes, menos custos
De resto, o mesmo responsável diz acreditar que, com esta solução, a Ford pode vir a aumentar o número de novos clientes que aderem à marca. Recordando, como exemplo, o caso da pickup elétrica F-150 Lightning, cuja maior parte dos clientes que compraram uma unidade, nunca tinha comprado, antes, uma pickup.
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Ao mesmo tempo e não deixando de manifestar preocupação com o corte nos preços a que a rival Tesla deu início, Jim Farley assumiu que tem como objectivo cortar ainda mais custos de produção do Mach-E, até ao final do ano. Afirmando, mesmo, que, "se chegarmos à conclusão de que existe algo no veículo que os clientes não usam ou valorizam, podemos retirar isso".
A importância da nova plataforma
Quanto ao risco de poder vir a perder mais dinheiro com este novo EV, o CEO da Ford Motor Company acredita que tal acabará por ser ultrapassado e será possível chegar a uma margem de lucro de 8%, até 2026.
A ajudar a esta certeza, surge a nova plataforma de segunda geração, com Farley a recordar que, "refizemos todas as nossas plataformas, mudámos por completo a engenharia, pelo que, aquilo que verão, é um veículo construído com metade do trabalho e uma simplicidade radical".