A escolha dos homens que vão liderar este processo na Alemanha e no Reino Unido é o primeiro passo para a reestruturação europeia da Ford, que deve incluir a eliminação de modelos da gama A Ford prepara-se para um ano de prejuízos na Europa, e vai lançar-se numa reestruturação que visa regressar aos bons tempos e colocar as contas no positivo. O objetivo principal passa por colocar a margem de lucros nos 6%, embora não tenha sido definido o prazo para atingir essa meta, e para tal vai lançar o plano 'Sprint to 6 Reset and Redesign'. O primeiro passo para a transformação está dado, com a escolha dos Diretores Executivos de Transformação do Negócio para as operações na Alemanha, Gunnar Herrmann, e no Reino Unido, Graham Hoare. Estes são os homens que vão liderar a reestruturação, onde terá papel fulcral o "investimento apenas nos veículos, serviços e segmentos que melhor apoiem um negócio sustentável e lucrativo a longo prazo", pode ler-se no comunicado oficial da marca. E isto significa, obviamente, o corte de alguns dos modelos da gama atual, esperando-se que os SUV venham a ter primazia no futuro. Além disso, também os comerciais ligeiros (com margem de lucro atual a rondar os 13%) devem ser uma aposta. Além da revisão na gama, a reestruturação europeia da Ford deve também levar à saída de parte dos atuais 54000 funcionários da empresa, e forçar ao encerramento de algumas das 24 instalações atuais. As contas da empresa mostram bem a necessidade de reformular o negócio. Afinal, depois dos lucros de 234 milhões de dólares em longo de 2017, só no terceiro trimestre deste ano as perdas da empresa na Europa cifraram-se nos 245 milhões de dólares. Algo que, segundo afirma a marca, se ficou a dever ao abrandamento das operações na Turquia e Rússia e também aos custos associados ao lançamento do novo Ford Focus. A Morgan Stanley até afirmou recentemente que a operação europeia poderá ter uma avaliação negativa de alguns milhares de milhões de euros, mas a Ford já referiu que esses números da consultora são "pura especulação". Para além da redução da gama e concentração apenas em alguns segmentos, a restruturação europeia da Ford deve também passar pela tentativa de forjar novas parcerias. Por exemplo, no campo dos comerciais ligeiros existe já um acordo entre a oval azul e o Grupo VW, uma ligação que, segundo informações recentes, poderá também estender-se no futuro às investigações na condução autónoma e na eletrificação. E entre a Ford e o Grupo PSA também há um pacto na área dos motores. Desta associação a outras empresas acaba por resultar uma diluição dos avultados custos para o desenvolvimento de novas tecnologias e modelos, o que obviamente ajudará a Ford a aumentar os ganhos por cada automóvel produzido e assim chegar à margem de lucro de 6% indicada no 'Sprint to 6 Reset and Redesign'. Fonte: Ford e Automotive News Europe