Depois de anunciada a decisão de criar uma divisão específica para os automóveis elétricos, a Ford Motor Company terá, entretanto, registado uma patente para produção de um motor de combustão, mas a hidrogénio. Bloco com soluções tecnológicas inovadoras, mas do qual não se sabe, ainda, se passará, ou não, à produção...
Numa altura em que a Mobilidade 100% Elétrica ganha protagonismo e peso, a cada dia que passa, a Ford anunciou, já no início deste mês de março, a decisão de dar maior protagonismo e independência, aos departamentos que têm estado responsáveis pelo desenvolvimento de novos veículos elétricos.
A concretização desta intenção foi levada a cabo através da separação da operação automóvel da marca da oval, em duas divisões - a divisão 'Ford Model e', que passa a ser responsável pelo desenvolvimento de todos os novos modelos elétricos, e a divisão 'Ford Blue', a cargo da qual fica o desenvolvimento de tudo o que tem a ver com modelos impulsionados por motores de combustão.
Entretanto e ao mesmo tempo que a nova divisão elétrica tem, atualmente, a seu cargo, o desenvolvimento de vários novos projectos elétricos, a divisão 'Ford Blue' terá, igualmente, entre mãos, um desafio não menos interessante: a criação de um motor de combustão a hidrogénio.
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Segundo apurou a norte-americana 'Muscle Cars and Trucks', a Ford terá já avançado com um pedido de registo de uma patente de motor de combustão a hidrogénio junto do Departamento de Patentes e Marcas dos Estados Unidos da América. O qual, segundo revelam os desenhos divulgados, apresenta algumas diferenças face àquilo que são os tradicionais motores a hidrogénio, cujo funcionamento é muito semelhante ao dos motores elétricos, com o gás a ser convertido em eletricidade através da acção de uma célula de combustível.
Já a nova patente de motor da Ford, anuncia um propulsor capaz de operar numa ampla faixa de valores lambda ar/combustível, com a recirculação de gases de escape (EGR) e o sincronismo das válvulas a serem usados, tal como nos motores de combustão interna standard, para controlar o processo de combustão.
Ainda de acordo com as informações disponíveis, este motor deverá ser capaz de valores lambda superiores a 2.00, o que significa uma mistura ar/combustível de pelo menos 68 partes de ar para 1 parte de hidrogénio.
Apenas como elemento de comparação, recordar que um motor a gasolina pode variar entre 0.54 e 1.25 lambda
Finalmente, referir, ainda, que o desenho de patente inclui um sistema de injecção directa a enviar o hidrogénio para os cilindros, sendo que, teoricamente, esta solução permite oferece cerca de 15% mais potência, que um motor a gasolina equivalente.
Variante híbrida também possível
De resto e segundo esta mesma patente, o motor de combustão a hidrogénio poderá funcionar, ainda, como base para um sistema de propulsão híbrido com motor-gerador, posicionado entre o motor de combustão e a transmissão. Isto, apesar da imagem de patente mostrar apenas o método de combustão e controlo de misturas de hidrogénio, e não o motor na totalidade.
Ainda assim, resta aguardar para ver se esta nova tecnologia chegará, ou não, a um modelo de produção...