A norte-americana Ford acaba de lançar um novo Programa de Investigação de Veículos Autónomos, a realizar em conjunto com clientes empresariais, com o objectivo de perceber as reacções à utilização de um furgão autónomo nas entregas de encomendas. O primeiro passo acaba de ser dado, em conjunto com a empresa Hermes.
Esta primeira parceria, assinada ao abrigo do novo programa, com um dos maiores especialistas em entregas ao consumidor final do Reino Unido, a Hermes, traduzir-se-á na utilização de uma Ford Transit personalizada, através da qual o fabricante automóvel norte-americano espera vir a compreender melhor a forma como os outros utilizadores da estrada interagem com um furgão de entregas que - aparentemente - circula sem condutor a bordo.
O veículo, explica a Ford em comunicado, possui sensores que imitam o aspeto de um veículo equipado com tecnologia de condução autónoma, contando com um "Banco de Automóvel Humano" para controlar o veículo. O que permite que a bordo siga um condutor experiente responsável pelo controlo da Transit, embora transmitindo a ideia, aos restantes condutores e utilizadores da via, de que não há ninguém ao volante.
"Numa altura em que planeamos colocar veículos autónomos nas estradas, é importante que nos concentremos, não só em viabilizar a tecnologia, como também em viabilizar os negócios dos nossos clientes", afirma, no mesmo comunicado, o Diretor de Veículos Autónomos e Mobilidade da Ford Europa, Richard Balch. Defendendo que, "claramente, não há melhor forma de identificar como podem precisar de se adaptar, do que experimentar esses processos em ambiente real."
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Ainda sobre o programa, com uma duração prevista de duas semanas, a Ford acrescenta que, embora presente e ao contrário do que acontece com estes profissionais, no dia-a-dia, em que, além de conduzir, também entregam pessoalmente as encomendas ao cliente final, o condutor desta Ford Transit apenas terá de se preocupar, única e exclusivamente, com a condução.
Quanto às restantes tarefas de entrega, caberá aos transportadores pedestres que apoiam a carrinha de entregas, recorrerem a uma aplicação de smartphone que lhes permite mandar parar o veículo e desbloquear remotamente o portão de carga, depois do mesmo ter estacionado em segurança à beira da estrada.
Uma vez no seu interior, avisos de voz e ecrãs digitais direcionam o estafeta para o respetivo cacifo que contém as encomendas a serem entregues.
A compreensão e conceção da forma como os seres humanos irão interagir com o veículo irá assegurar que os processos comerciais possam realizar-se em segurança, sem a presença física de um condutor, conclui a Ford.