Ford Explorer AWD 340 cv: Herança Identitária

A Ford sempre teve uma estratégia europeia diferente da seguida nos EUA. O novo Explorer é o protagonista mais recentre dessa abordagem especifica à eletrificação para a Europa da qual já se conhecem o Mustang Mach-E, o Capri e o Puma Gen-E.

A Ford sempre teve uma estratégia europeia diferente da seguida nos EUA. O novo Explorer é o protagonista mais recentre dessa abordagem especifica à eletrificação para a Europa da qual já se conhecem o Mustang Mach-E, o Capri e o Puma Gen-E.

Embora o novo SUV da Ford utilize o nome de um modelo comercializado no mercado americano ele tem a sua origem no continente europeu onde nasceu a partir de uma parceria com a VW que permitiu à Ford a utilização de vários elementos.

Desde a plataforma (MEB) utilizada pelo VW ID.4, Audi Q4 e-tron e Skoda Enyaq até ao sistema elétrico (motores, transmissão, baterias e módulo de potência) passando por alguns elementos que caraterizam o interior.

Há, porém, diferenças, desde a o desenho da carroçaria até à troca de alguns elementos da suspensão como as molas, os amortecedores (ainda que no Ford Explorer os amortecedores não sejam de dureza variável), as barras estabilizadoras e toda a programação do controlo de estabilidade e da assistência à direção.

Uma opção mais radical

Uma metamorfose que torna o comportamento do Ford Explorer distinto dos modelos referidos independentemente da versão.

É o caso da versão ensaiada equipada com dois motores elétricos que somam 340 cv e que garantem tração às quatro rodas de forma selecionada em função das condições de aderência e dos quatro modos de condução em especial do modo “Traction” destinado a uma utilização fora de estrada onde os vários ângulos (entrada, saída e ventral) e uma altura livre ao solo de 202 milímetros permite enfrentar situações mais aventureiras e radicais.

Este conjunto de mudanças confere ao Ford Explorer um comportamento dinâmico que se destaca por uma enorme agradabilidade de condução e um rendimento energético marcado por consumos que ao andar perto do anunciado asseguram uma autonomia real muito próxima dos 500 km.   

Além desta versão mais potente há também a versão de 170 e 286 cv ambas com um único motor elétrico e tração traseira (a versão de 204 cv chegará mais tarde).

O primeiro tem uma bateria de 52 kWh úteis e uma autonomia de 384 km, ao passo que a versão de 286 cv tem uma bateria de 77 kWh e uma autonomia de 602 km.

Para esta versão de 340 cv está reservada a bateria de 79 kWh e uma autonomia de 566 km.

Se em corrente alterna a potência máxima de carga é de apenas 11 kW, em corrente continua é de 135 kW para a bateria de 77 KWh e 185 kW para a de 79 kWh.

100% digital

No interior, com habitabilidade suficiente para cinco pessoas são vários os elementos que não escondem a parceria com a VW.

O design do tablier integra dois painéis digitais, um para a instrumentação e outro para o sistema multimédia de 5,3 e 14,6 polegadas respetivamente.

O da instrumentação é idêntico ao usado pela VW e nele podemos consultar dados essenciais da condução como a velocidade, a carga da bateria bem como a autonomia.

A maneira como a informação está organizada é idêntica ao da VW.  Ao meio o ecrã da multimédia tem uma dimensão e uma disposição semelhante a outros modelos da Ford nomeadamente o Mustang Mach-E.

Um elemento que está colocado na vertical e tem a particularidade de poder assumir várias inclinações (pode subir ou descer num ângulo até 30 graus) através de um mecanismo manual tendo atrás de si um espaço com duas entradas USB-C.

Este é um espaço de arrumação que a Ford design de “My Private Locker” e que fica bloqueado sempre que saímos e desligamos o carro impedindo o acesso a eventuais amigos do alheio!

O modo para arrancar pisando o pedal do travão e selecionar o modo “Drive” através de uma haste giratória colocada do lado direto da coluna de direção é outra herança da parceria com a VW.

Para além destes pontos em comum outros há que não o são e que dão ao interior do Explorer um ambiente coerente com outros modelos da atual gama da Ford, é o caso já referido do ecrã central e do seu enquadramento num tablier com um design distinto, simples e bem construído.

A interface do sistema multimédia é simples e muito prática. A sua organização recorda a do Mustang Mach-E ainda que haja menus muito próximos dos utilizados pela VW como é o caso do sistema de navegação.

Os comandos do sistema de climatização estão colocados na franja inferior do ecrã num acesso fácil enquanto a regulação do volume do rádio e das câmaras externas se encontra por baixo do ecrã.

Como no VW ID.4 o comando dos vidros consiste em dois botões e num comutador tátil com a palavra “rear” para mudar entre os vidros dianteiros e traseiros.

Esta consiste numa solução que apreciamos pouco, o mesmo se passa com a proximidade do comando de abertura da mala o que pode gerar alguma confusão.

Habitáculo espaçoso

O acesso ao habitáculo é simples tanto na fila da frente como atrás onde o espaço para as pernas é generoso.

Segundo as nossas medições a distância entre as costas dos bancos da frente e a base do banco traseiro é de 77 centímetros, um valor similar ao ID.4. Também a altura ao teto é boa pelo que acomoda bem passageiros mais altos.

A mala tem um volume de 470 litros, um valor superior à maioria dos concorrentes, mas inferior ao VW ID.4 e ao Skoda Enyaq com 543 e 585 litros respetivamente. 

Uma diferença que não se compreende atendendo a que a distância entre eixos e a colocação da bateria é a mesma. Uma bateria que, no caso da versão ensaiada demora 26 minutos a ser carregada até aos 80% com uma potência de 185 kW.

Em corrente alterna a marca não divulga o tempo para uma carga completa, mas este não anda muito longe das oito horas de acordo com a experiência adquirida durante o nosso ensaio.

A qualidade geral é boa, sem falhas que mereçam qualquer reparo ainda que o plástico da parte superior do tablier seja duro em contraste com os painéis superiores das portas dianteiras que têm um ligeiro acolchoado (atrás há plástico rígido).

Quanto ao preço que começa nos 45 840 euros para a versão mais simples estende-se até aos 58 980 para esta versão Premium AWD que por ter alguns equipamentos extra tinha um preço final de 63 178 euros.

Os extras são a pintura “Fantastic Red” a bomba de calor, o teto panorâmico, os pontos de fixação para rede de carga e as jantes de 21 polegadas que dão ao Ford Explorar um aspeto compacto, possante e um desempenho que se distingue positivamente do VW ID.4.   

Veredito

O Explorer respresenta uma viragem importante na estratégia da Ford na europa onde estabeleceu uma parceria importante com o grupo VW. Embora a sua base seja a do VW ID.4, o Ford Explorer tem uma identidade e um comportamento um pouco mais desportivo mercê de uma suspensão com elementos novos e uma afinação especifica. Também o interior tem particularidades diferentes desde os materiais até à habitabilidade, passando pela elementos exclusivos. 

FICHA TÉCNICA

Ford Explorer Premium AWD 340 cv

Preço 58 980 € (63 178 € versão ensaiada)

MOTOR 2 elétricos

POTÊNCIA 340 cv (250 KW)

BINÁRIO 545 Nm

TRANSMISSÃO Auto 1 vel.

COMP./LARG./ALT. 4,46/1,87/1,63 M

DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 2,76 M

BAGAGEIRA 470 L

ACEL. 0-100 KM/H 5,3 S

VEL. MAX. 180 KM/H

CONSUMO WLTP 16,6 (18,1 *) KWH/100 KM

CAPACIDADE DA BATERIA 79 kWH

AUTONOMIA 532 (468*) KM

* Medições Turbo 

GOSTÁMOS

NÃO GOSTÁMOS

Habitabilidade
Equipamento
Prestações

Potência de carga em AC
Capacidade da mala