Numa altura em que assiste a uma crescente procura por produtos como o Mustang Mach-e ou a pickup F-150 Lightning, a Ford acaba de anunciar uma série de iniciativas visando não apenas aumentar a capacidade das baterias, como também tornar a produção mais barata. Tudo isto, com o propósito de chegar a 2026 a produzir mais de dois milhões de elétricos (EV) por ano.
Assumindo, igualmente, como objectivo intermédio, um crescimento na produção de veículos elétricos que deverá chegar aos 600 mil, já em 2023, a Ford Motor Company fixa, desde já, um investimento de mais de 50 mio milhões de dólares em EV até 2026, apontando para margens EBIT totais de 10% em termos de companhia e de margens EBIT de 8% para elétricos, até ao mesmo ano.
Entretanto e ao mesmo tempo que prevê criar uma nova cadeia de fornecimento de EV, o fabricante de Dearborn continua a manter a expectativa de que, mais de metade da sua produção global até 2030 seja de veículos elétricos, contribuindo para que a companhia possa atingir a neutralidade carbónica a nível mundial, o mais tardar, em 2050.
Na Europa, a fábrica da Ford em Niehl, na região de Colónia, Alemanha, está já, segundo o fabricante, a sofrer grandes atualizações em termos de construção, ganhando mais um edifício, de forma que possa arrancar com a produção de veículos elétricos, já no início de 2023, enquanto, nas instalações já existentes, estão a ser instaladas soluções energeticamente mais eficientes, capazes de assegurar uma redução nas emissões de CO2, em mais de 2.000 toneladas. Assim como uma poupança superior a 2.600 MWh em energia elétrica, por ano.
Novas soluções nas baterias
Por outro lado e porque não existem EV sem baterias, a Ford está a desenvolver, igualmente, novas soluções para este tipo de componentes, nomeadamente, a produção de células produzidas com base em fosfato de lítio de ferro (LFP). Mantendo, igualmente, as atuais soluções químicas de níquel cobalto manganês (NCM).
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No entender do fabricante norte-americano, isto irá permitir criar uma ainda maior capacidade de resposta relativamente a produtos e modelos de elevada procura, ao mesmo tempo que deverá proporcionar aos clientes muitos anos de operação, com perdas mínimas de autonomia.
De resto, a Ford também destaca a redução, com esta medida, da dependência de matérias-primas mais críticas e escassas, como o níquel, garantindo, a custos correntes, uma poupança de 10 a 15% na fatura relativa aos materiais, face aos custos relacionados com o NCM.
A marca da oval azul anunciou ainda ter assegurado 100% da capacidade anual necessária de células de bateria - 60 gigawatts-hora (GWh) -, de forma a conseguir alcançar o objectivo de 600.000 veículos elétricos, graças a acordos assinados com as principais empresas de baterias no mundo.
Assim, caberá à Contemporary Amperex Technology Co., Ltd. (CATL) fornecer pacotes completos de baterias do tipo LFP para os modelos Mustang Mach-E para a América do Norte, já a partir do próximo ano, bem como para a F-150 Lighting, no início de 2024.
Ao mesmo tempo, a Ford também faz uso da sua ligação de longa data com a LG Energy Solution (LGES), assim como da sua relação estratégica com a SK On, para cumprir os seus objetivos de capacidade de baterias para o final de 2023.
De resto, é também graças a estes esforços que o fabricante norte-americano garante ter já assegurado cerca de 70% da capacidade de baterias de que necessita para suportar uma taxa global anual de mais de 2 milhões de EV até finais de 2026.
Produção, modelos e mercados já definidos
Quanto à produção de EV com a qual o fabricante espera conseguir responder ao aumento da procura e, ao mesmo tempo, atingir o objectivo definido dos 600.000 elétricos já em 2023, foi a própria Ford a revelar, pela primeira vez, como se distribuirão os números.
Assim e de acordo com a marca, 270 mil Mustang Mach-e serão produzidos com destino aos mercados da América do Norte, Europa e China; 150 mil F-150 Lightning abastecerão a América do Norte; e 150 mil Transit EV terão como destino a América do Norte e Europa. Sendo que, contemplados estão ainda um total de 30.000 unidade de um novo SUV, com destino à Europa