Ford E-Transit. Já conduzimos os primeiros protótipos

A Ford está a preparar o lançamento da E-Transit na primavera de 2022 e já conduzimos os primeiros protótipos da versão elétrica da Transit

A Ford está a preparar o lançamento da E-Transit na primavera de 2022. Já conduzimos os primeiros protótipos da versão elétrica da Transit de duas toneladas, que estará disponível em três pesos brutos, duas motorizações e uma bateria. A autonomia pode chegar aos 317 km em ciclo WLTP.

Chega no primeiro trimestre de 2022 a versão elétrica do comercial de grandes dimensões da Ford, Transit, que estará disponível em 25 variantes, que resultam da combinação de três comprimentos de carroçaria e duas alturas no furgão e dois comprimentos no chassis-cabina. 

A nova Ford E-Transit será proposta em três pesos brutos (3500 kg, 3900 kg e 4250 kg), podendo as versões mais "pesadas" ser conduzidas por detentores de carta de ligeiros em alguns país, ao abrigo da legislação comunitária sobre pesos e medidas que contempla essa possibilidade para veículos comerciais dotados com motorizações alternativas. Ao que sabemos, o Governo português ainda não fez (ou não quer fazer) a transposição dessa medida para o ordenamento jurídico nacional.

A carga útil máxima é de 1758 kg no furgão e do chassis-cabina de 2090 kg, sempre nas versões com 4,25 toneladas de peso bruto. O compartimento de carga é idêntico ao da variante equivalente com motor de combustão interna, o que permite a disponibilização de um volume útil até 15,1 m3 no furgão. Relativamente ao chassis-cabina, a estrutura foi projetada para facilitar a instalação de diferentes carroçarias e transformações.

Dois níveis de potência

A Ford E-Transit vem equipada com um motor elétrico que é proposto em dois níveis de potência - 135 kW (184 cv) e 198 kW (217 cv) - e um binário máximo em ambos os casos de 450 Nm. A marca não hesita mesmo em reivindicar que se trata do veículo mais potente do seu segmento. A tração é assegurada pelas rodas traseiras e não haverá versões com tração dianteira.

O motor elétrico é alimentado por uma bateria de iões de lítio, instalada por baixo da carroçaria, com uma capacidade útil de 68 kWh, que proporciona uma autonomia de até 317 km em ciclo WLTP.

A Ford E-Transit vem equipada com um carregador de 11,3 kW que permite recuperar a capacidade total da bateria em 8,2 horas. Igualmente disponível está a possibilidade de carregamento rápido até 115 kW, que permite carregar entre 15% a 80% da bateria em 34 minutos. A Ford anuncia uma garantia para a bateria e os componentes de alta tensão de oito anos ou 160 mil quilómetros.

Entre as novidades na E-Transit destaque para o Pro Power Onboard, uma tomada de força que oferece uma potência de 2,3 kW para fornecer energia a ferramentas ou equipamentos, dispensando a necessidade de utilização de um gerador adicional.

Funções específicas

O habitáculo da Ford E-Transit apresenta algumas diferenças relativamente às versões de combustão. A alavanca da transmissão foi substituída por um comando giratório para os modos de condução, enquanto a parte superior do painel de bordo recebe um ecrã tátil de 12" com sistema de infoentretenimento SYNC4, que já inclui funções específicas para condução elétrica, como a monitorização da utilização de energia, do carregamento ou a autonomia remanescente.

A Ford E-Transit dispõe igualmente de um sistema de pré-aquecimento remoto da cabina durante o processo de carregamento, que permite não só proporcionar uma temperatura mais agradável a bordo, mas também otimizar a autonomia, já que deixa de ser necessário recorrer ao ar condicionado para aquecer o habitáculo.

Na altura do lançamento, na primavera de 2022, a Ford E-Transit será proposta em dois níveis de equipamento: Base e Trend. A dotação de série compreende o Controlo Eletrónico da Temperatura do Ar, SYNC 4 com ecrã tátil de 12", Keyless Start, bancos aquecidos, pára-brisas quickclear, espelhos exteriores aquecidos eletricamente, FordPass Connect, assinatura ilimitada do FordPass Pro e assinatura de um ano do Ford Telematics para clientes frotistas.

LEIA TAMBÉM
Ford inicia programa de testes com furgão E-Transit na Europa

As versões Trend acrescem o sistema de navegação Ford Connected, regulador da velocidade de cruzeiro, assistente de pré-colisão com deteção de peões, assistente de manutenção de faixa e correção de trajetória e sensores de estacionamento traseiros.

Ao volante

Num evento realizado pela Ford para os membros do IVOTY (International Van of the Year), realizado em Kocaeli (Turquia), local onde são produzidos vários comerciais da marca pela Ford Otosan, como o Transit / Tourneo Custom ou a Transit / E-Transit, tivemos a oportunidade de conduzir os primeiros protótipos do furgão elétrico de grandes dimensões da Ford.

A unidade ensaiada era um furgão de chassis médio e tecto alto (L2H3) com nível de equipamento Trend. O interior como já referimos é basicamente idêntico ao da versão de combustão, com exceção do comando giratório dos modos de condução, ou o ecrã tátil de  12". 

Para iniciar a condução basta carregar no botão de ignição, localizado no painel de bordo, e no botão de estacionamento elétrico, e pressionar o acelerador. O arranque é efetuado de forma suave e silencioso. 

Em função das necessidades, a Ford E-Transit oferece três modos de condução - Normal, Eco e Slippery - que podem ser ativados no ecrã tátil da consola central.

Relativamente à dinâmica de condução, esta assemelha-se mais a um ligeiro de passageiros do que propriamente a um furgão. Isso deve-se não só à disponibilidade imediata de binário do motor elétrico no arranque, mas também ao comportamento da suspensão traseira, que na versão elétrica passa a ser independente.

A potência debitada pelo motor elétrico também é mais do que suficiente para superar as subidas mais difíceis encontradas no trajeto, enquanto nas descidas é possível recuperar alguma (pouca) autonomia, graças ao sistema de regeneração de energia. Também é possível aumentar a potência desta última funcionalidade através de um botão localizado no comando giratório. Todavia, e ao contrário de outros veículos elétricos, não basta levantar o pé do acelerador para imobilizar por completo a E-Transit, já que é necessário pressionar o pedal do travão.