Depois do teaser, a Ford acaba de apresentar o regresso de um nome emblemático da sua história, o Capri. Nesta nova interpretação, com a forma de um SUV, 100% elétrico e derivado do Explorer. Os preços começam nos 55 543€… para Portugal.
Coupé desportivo apresentado pela primeira vez ao mundo em 1969 e que, ao longo de 17 anos (deixou de ser produzido em 1986), deu a conhecer três gerações, o Capri ficou na memória dos fãs da marca da oval azul e não só, pela forma como marcou uma época. Inclusive, no desporto automóvel, ao vencer, por duas vezes seguidas (1971/1972), o Campeonato Europeu de Turismos.
Entretanto depois de uma ausência de cerca de 38 anos, eis que a Ford recupera o nome, ainda que para uma proposta substancialmente diferente, mas em linha com aquelas que são as tendências atuais: um SUV, Coupé, e elétrico.
Derivado do Explorer
Produzido na fábrica do construtor norte-americano em Colónia, na Alemanha (a mesma, aliás, onde foi produzido o modelo original destinado à Europa), este novo Capri tem por base não somente a plataforma para veículos elétricos adquirida pela Ford junto da alemã Volkswagen (plataforma MEB), como parte daquele que é o último elétrico da oval azul chegado ao mercado: o Explorer. Proposta ao lado da qual, diga-se, o novo Capri será produzido.
Com a mesma distância entre eixos de 2.770 mm, o Capri aposta, no entanto, numa estética não tão "quadradona" como a do Explorer, mas bem mais desportiva, com uma traseira do tipo fastback, a que se juntam, depois, vários elementos importados do modelo original.
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É o caso da faixa preta que atravessa a frente, interligando as ópticas com quatro DRLs dispostos aos pares, numa alusão estilística aos quatro faróis (2+2) do MK1, assim como da janela traseira oval e da traseira arrebitada, a remeter para o spoiler rabo de pato do RS3100. Sem esquecer a iluminação traseira, a fazer lembrar o MK3.
Mas se, exteriormente, o novo Capri mostra ter, definitivamente, um charme muito próprio, inclusive para aqueles que nunca ouviram falar no original, já no interior, as alusões têm bem mais a ver com o Explorer. A começar no ecrã central de 14,6", com o esconderijo fechado por detrás dele, com as reminiscências do primeiro Capri a surgirem no volante, com decoração a fazer lembrar os guiadores com braços de metal perfurados, como era possível encontrar em versões especiais do Capri RS2600.
Com tracção traseira… e integral
Também igual ao Capri original, o facto deste novo crossover coupé dispor, de base, de tracção traseira, com eixo multi-link e um motor elétrico capaz de oferecer 286 cv de potência, capaz de garantir acelerações dos 0 aos 100 km/h em 6,4 segundos. Ou seja, números que nem mesmo a motorização V6 do coupé de outrora conseguia anunciar…
Igualmente longe das ambições de qualquer um dos MK, surge a versão com tracção integral, proporcionada através de uma configuração de dois motores elétricos, a debitarem uma potência conjunta de 340 cv e, dessa forma, atingirem os 100 km/h em 5,3 segundos. Embora e ao optar por mais adrenalina, o cliente se veja também obrigado a perder alguma autonomia, já que, com uma bateria maior (79 kWh) que a da versão base (77 kWh), o Capri torna-se também mais pesado (2.174 kg, contra 2.098 kg da versão com um só motor)… e gastador.
De acordo com os dados divulgados pela Ford, o Capri com bateria de 77 kWh deverá ser capaz de percorrer até 627 km, enquanto, com o de 79 kWh, uma só carga de bateria não deverá permitir mais do que 592 km.
Ainda assim e com este último, será sempre possível recarregar um pouco mais rápido, fruto da capacidade de aceitar potências até 185 kW, contra "apenas" 135 kW da versão base. Ainda que e tomando como certo os números do construtor, uma diferença de dois minutos (26 minutos do 79 kWh, contra 28 minutos do 77 kWh), no recuperar dos 10 para os 80% da capacidade, não possa ser considerado uma grande vantagem…
Equipamento a gosto
Quanto ao equipamento de série, a promessa da presença, logo na versão base, de mais-valias como o ar condicionado de duas zonas, bancos dianteiros reguláveis em 12 posições e com sistema de aquecimento e massagens, retrovisores exteriores rebatíeis e aquecidos com a capacidade de projecção da imagem de um Capri no piso, acesso e arranque sem chave, sistema de carregamento wireless para smartphones e emparelhamento Apple CarPlay e Android Auto.
Já a versão mais equipada (Premium), acresce um sistema de som B&O de 10 altifalantes e subwoofer, iluminação ambiente no habitáculo, faróis dianteiros Matrix LED e abertura elétrica da porta da mala. Ainda que, o acréscimo de peso trazido pelo sistema, possa vir a custar cerca de 32 km na autonomia.
Também no caso da versão de topo, a garantia de um upgrade no tamanho das rodas, de 19 para 20 polegadas (as de 21" são opção), sendo que, ambas as versões podem melhorar, por exemplo, o pacote de segurança ativa e passiva, através da introdução de um opcional pack Driver (1 637,44€), sinónimo de um head-up display, assistência ativa ao estacionamento, assistência na mudança de faixa e sistema de câmaras de 360°. Ou, ainda, de um pack Driver Assistance (1 148,99€), que evolui todas as tecnologias propostas no anterior.
A partir de 55 543,84€
Finalmente e no que concerne a preços, o anúncio de que o novo Ford Capri estará disponível em Portugal a partir de 55 543,84€ (versão Capri Base com 286 cv e tração traseira), seguindo-se a mesma versão, mas com mais potência (340 cv), a partir de 62 649,55€.
Já o Capri Premium, estará disponível, com a motorização de 286 cv, com preços que começam nos 58 613,92€, e, com o motor de 340 cv, a partir de 65 719,63€.