Antes dos SUV dominarem a paisagem urbana, o todo-o-terreno era uma atividade reservada aos jipes. Veículos que, ao contrário da carroçaria da moda, têm reais capacidades para circular fora de estrada e chegar àqueles sítios onde a tração integral, por mais sofisticado que seja o controlo eletrónico, não é suficiente. Quantos condutores dão pleno uso a essas capacidades? Provavelmente um número idêntico ao dos que espremem até ao limite os mais de 500 cv dos seus desportivos…
Numa realidade onde a possibilidade supera a necessidade, o Ford Bronco e o Jeep Wrangler destacam-se da (pouca) concorrência pela vertente lúdica. Enquanto os rivais – Land Rover Defender, Mercedes Classe G e Toyota Land Cruiser – assumem uma postura sofisticada, condizente com o preço, o Ford Bronco e o Jeep Wrangler apostam na simplicidade das linhas e materiais.
Sendo uma solução funcional, afinal são veículos com uma elevada probabilidade de ficarem expostos aos elementos, os ralos que permitem escoar a água do habitáculo do Jeep não combinam com o preço. Principalmente do Bronco, cujos 124 mil euros pedem um interior com outra qualidade. É interessante revestir os botões com uma película de borracha resistente, mas duvidamos que alguém lave o interior do Ford com uma mangueira.