Apesar da imagem de vitalidade renovada dada com a passagem à produção do SUV de estreia, a norte-americana Fisker Inc corre, neste momento, o risco de entrar em bancarrota. Razão pela qual está no mercado à procura de um "salvador"/investidor estratégico, que, segundo as últimas notícias, poderá ser um dos pioneiros no lançamento da mobilidade elétrica: a Nissan.
A assunção das dificuldades financeiras por que o jovem fabricante automóvel de veículos elétricos passa foi, de resto, feita pelo próprio fundador da Fisker Inc., Henrik Fisker, que, em declarações aos media, na passada quinta-feira, reconheceu que a empresa não conseguiria continuar a funcionar, sem cortar, no imediato, cerca de 15 por cento da sua força laboral.
O anúncio reveste-se de uma gravidade ainda maior, se pensarmos que o fabricante norte-americana está em pleno processo de afirmação no mercado mundial, com a entrada das primeiras unidades, em vários mercados, do seu modelo de estreia, o SUV 100% elétrico Ocean. Sendo que, na fase final de elaboração, encontra-se, igualmente, o segundo modelo da marca, um SUV mais pequeno e acessível, de nome Pear.
Contudo e lançado que foi o grito de alerta, a salvação pode agora vir do outro lado do globo e, mais concretamente, da Yokohama, Japão. A partir de onde a Nissan tem vindo a manter negociações com a Fisker Inc. , com vista à celebração de um acordo que não só preveja um considerável investimento do construtor japonês no fabricante norte-americano e respectivas tecnologias, recebendo, em contrapartida e entre outros ganhos, uma pickup 100% elétrica.
A revelação da existência de negociações, já num estado bastante avançado, foi feita à agência noticiosa Reuters, por fontes familiarizadas com todo o processo, mas que terão pedido o anonimato, uma vez que o processo ainda não está concluído. Ainda que e segundo as mesmas individualidades, tudo aponte para que possa ficar fechado durante o presente mês de março.
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Sobre os termos do acordo, as informações divulgadas referem que a Nissan assumirá a responsabilidade de investir mais de 400 milhões de dólares na nova plataforma para pickups que a Fisker tem vindo a desenvolver e que, de resto, servirá de base à pick-up Alaska que o jovem fabricante deu já a conhecer.
Com arranque de produção prevista para 2026, numa das fábricas que possui nos EUA, a Fisker Alaska servirá, assim, de ponto de partida para o desenvolvimento de um modelo muito idêntico, a comercializar pela Nissan. Cuja produção a marca nipónica levará a cabo também nos EUA e, mais concretamente, numa das suas fábricas do Mississipi ou do Tennessee.
Ainda segundo as mesmas fontes ouvidas pela Reuters, o acordo tem já o beneplácito de ambas as empresas, faltando apenas a concordância dos departamentos de 'due dilligence', os quais estão a avaliar a oportunidade do negócio e os riscos da transação para ambas as companhias.