É o material de eleição para os superdesportivos e essencial para todos aqueles que pretendem oferecer um upgrade aos seus modelos. Descubra aqui como nasce e os benefícios da utilização da fibra de carbono... O uso de compostos de fibra de carbono é cada vez mais usual nos desportivos. A McLaren, por exemplo, planeou a construção de uma fábrica de produção de chassis em fibra de carbono, e a Lotus conseguiu, graças ao revestimento de vários painéis por fibra de carbono no interior e exterior do automóvel, atingir uma redução de peso do Lotus Elise 250 Cup impressionante. Apresentamos informação sobre a fibra de carbono que explica o porquê de este material se ter tornado imprescindível para os fabricantes de automóveis que almejam a performance máxima. A primeira caraterística que associamos à fibra de carbono é, invariavelmente, a redução de peso que oferece em relação a outros materiais, como o aço e o alumínio. Isto beneficia a performance, no que respeita à velocidade máxima e à aceleração. A primeira razão do uso deste material torna-se óbvia: para se ser rápido há que reduzir ao máximo o peso, sem comprometer a estabilidade, a durabilidade e a qualidade geral do automóvel. Para atingir estas metas a melhor receita é construir e revestir o chassis de material de fibra de carbono. [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-1.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-2.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-3.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-5.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-6.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-carro-7.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/02/fibra-2.jpg] A propósito, quando nos referimos a "fibra de carbono", na verdade, estamos a a referir-nos a um composto. Talvez já tenha ouvido falar em "composto de fibra de carbono" e a razão pela qual se trata de um composto é porque a fibra de carbono utilizada na indústria automóvel é feita de dois materiais diferentes: filamentos de carbono e uma espécie de cola - a resina "epóxi", de alto desempenho. Esta resina mantém os filamentos de carbono juntos e torna-os flexíveis, garantindo a leveza e longevidade do material e sua a qualidade, sem comprometer a segurança. O resultado é uma textura semelhante à do plástico, capaz de absorver impactos sem se quebrar facilmente. Este processo pode ter diferentes custos, dependendo da finalidade e da qualidade da fibra de carbono - quando é de alta qualidade, são selecionados diferentes filamentos de carbono. A aplicação da fibra de carbono vai mais além do que os automóveis de performance, encontrada em artigos desportivos como as bicicletas, as raquetes, os tacos de golfe, ou nos aviões, como o Boeing 787 Dreamliner, reforçado por fibra de carbono. São exemplos que comprovam a utilidade e versatilidade deste material. Para nós, que falamos sobre automóveis, o referido Lotus 250 Cup, o McLaren 720, com uma aceleração dos 0 aos 100 km/h de 2,9 s, ou o Aston Martin DB11, que a Turbo teve oportunidade de conduzir, são alguns dos exemplos mais reveladores do que o que a fibra de carbono no mundo automóvel tem para oferecer. Apesar de cada vez mais se falar em fibra de carbono, o uso e o conceito do material não é novo. Remonta a 1958 em Cleveland, Ohio, a primeira idealização da utilização de fibra de carbono, sendo que a manufactura só começou em Inglaterra em 1963. Ainda assim, hoje, em 2017, a produção de painéis de fibra de carbono continua a ser morosa e consome muita energia, o que explica por que este material ainda não é fabricado em massa, de modo a que os carros mais comuns possam integrar também estes revestimentos. Explica-se que o custo seja elevado, moroso e consuma muita energia devido ao processo de produção, que passa por diferentes fases. Primeiro dá-se a carbonização de longos fios de carbono sem expor o material ao oxigénio - desta forma o material não queima, vibrando em alta intensidade para remover todos os átomos não-carbónicos. Nesta fase, a fibra compõe-se por correntes de átomos de carbono entrelaçados firmemente. A etapa seguinte é a oxidação. Na oxidação, a superfície do material é oxidada para reforçar a sua coesão e torná-lo aderente. A oxidação envolve gases, como o ozono e o dióxido de carbono, e líquidos, como o hipoclorito de sódio e o ácido nítrico. Segue-se a fase final, o dimensionamento. Nesta fase, a fibra de carbono é revestida, fortalecendo-a e protegendo-a de danos. A referida resina "epóxi", o algodão e o uretano são alguns materiais utilizados no revestimento das fibras de carbono. Posteriormente, o material passa por cilindros mecânicos, chamados bobines. A fibra de carbono é redimensionada e finalizada. Estima-se que a próxima geração de fibra de carbono permita reduzir o peso de um automóvel ligeiro de passageiros em 50% e aumentar a eficiência em 35% - o que se traduziria numa poupança de milhares de euros nos consumos de combustível durante o ciclo de vida de uma viatura. Talvez no futuro próximo a utilização da fibra de carbono se transcreva à indústria de automóveis comuns e não somente aos de performance. Tudo dependerá do avanço da tecnologia e da relação custo/benefício, que por agora ainda não compensa. Dadas as vantagens que este material oferece, seria uma autêntica revolução no mundo automóvel.