A FCA propôs uma fusão ao Grupo Renault, o que poderá abrir portas para um gigante da indústria automóvel com marcas como a Fiat, Renault, Jeep, Dacia, Alfa Romeo e Maserati É uma verdadeira bomba que pode alterar totalmente a balança de forças na indústria automóvel mundial. A Fiat-Chrysler avançou com uma proposta de fusão à Renault, o que poderá dar origem a um novo gigante da indústria automóvel com valor de mercado global de 32 mil milhões de euros (partindo da avaliação em bolsa dos dois fabricantes). A proposta foi feita pelo grupo italo-americano, que convida os franceses para uma fusão para dar lugar a uma empresa que seria liderada a partir de uma holding na Holanda. A Fiat explica que a junção de esforços permitiria uma poupança anual combinada de 5 mil milhões de euros e que "um portefolio complementar de marcas permitiria cobertura total do mercado, das marcas de luxo às generalistas". Nas informações sobre a proposta, é referido que este plano não prevê o encerramento de fábricas. Em vez disso, ele foca-se na eficiência dos centros de produção através da partilha de plataformas, motorizações e demais tecnologias. A Renault veio já confirmar "a proposta amigável" que "estuda com interesse" da parte da FCA. Mike Manley, o CEO do grupo italo-americano, explicou que se um negócio desta magnitude irá demorar pelo menos um ano a ficar completo. A proposta pretende criar uma empresa entre Fiat-Chrysler e Renault que seria detida a 50-50, dando ainda inicialmente condições especiais aos investidores da Renault e um prémio especial de 2,5 mil milhões de euros em dividendos aos acionistas da FCA. O objetivo passa por colocar como Presidente da empresa John Elkann, neto de Gianni Agnelli que está à frente da Exor (que seria a futura maior acionista da "Fiat-Renault"). Já para CEO a escolha deveria recair sobre Jean-Dominique Senard, o atual Presidente da Renault. Em termos de peso no mercado, isto poderia significar a criação de um novo gigante. Em 2018, os Grupos FCA e Renault produziram um total de 8,7 milhões de automóveis, à frente de outros fabricantes como a General Motors e a Hyundai. Mas é necessário recordar que a Renault está ainda em aliança com a Nissan e a Mitsubishi, pelo que ao juntar os registos de vendas destas parceiras significaria claramente o primeiro lugar mundial de vendas, superando a Volkswagen e a Toyota. Aliás, a grande questão de momento está na forma como esta potencial "Fiat-Renault" se conjugaria com a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi (RNM). No entanto, segundo a FCA, as poupanças anuais para toda o grupo RNM podem ser de mil milhões de euros (além dos 5 mil milhões já referidos para a Renault e Fiat-Chrysler). E a Nissan, de quem a Renault possui 43,4% do capital acionista, seria convidada a nomear um dos diretores da nova empresa criada na Holanda. Além desta questão sobre as relações entre nipónicos e franceses, existem mais algumas resistências que será necessário vencer. Como, por exemplo, as dúvidas do governo italiano relativamente a esta fusão. Da parte do executivo gaulês, que detém 15% da Renault, uma comunicação à imprensa explicou que existe abertura inicial para este negócio, mas que será necessário esperar por mais detalhes para uma posição final. A proposta da Fiat à Renault está feita, falta agora ver como vão seguir as negociações que podem dar lugar a um novo gigante da indústria automóvel.