Numa altura em que se assiste a um arrefecimento na procura de elétricos, a Fiat, que até aqui parecia estar de acelerador a fundo rumo à Mobilidade Elétrica, terá agora decidido pôr a pé no travão. Mais concretamente, ao decidir lançar uma versão Mild Hybrid de um modelo originalmente 100% elétrico: o 500e.
A notícia foi avançada pela Automotive News Europe, após uma primeira notícia difundida pelo italiano Corriere della Sera, entretanto confirmada pela publicação online, junto de fornecedores da Fiat. Os quais terão revelado, inclusivamente, que a versão com motor de combustão do novo 500e será produzida na fábrica de Mirafiori, em Turim, lado a lado com o seu irmão exclusivamente elétrico.
Numa altura em que o anterior 500, ainda a combustão, está já na fase das despedidas, a Fiat poderá garantir, desta forma, a manutenção de um 500 com bloco a gasolina Mild Hybrid na sua oferta europeia, isto numa altura em que a procura por veículos 100% elétricos regista um recuo, também no Velho Continente.
Aliás e segundo números da consultora de mercado Data Force, só em 2023, a marca italiana vendeu, na Europa, um total de 104 mil unidades do 500 a combustão, contra apenas 62 mil da mais recente e moderna geração elétrica.
De resto e também devido à elevada procura que o atual 500 a gasolina ainda regista, o fabricante decidiu já continuar a vendê-lo noutras latitudes, onde as exigências em termos de emissões não são tão grandes, como é o caso de África. Sendo que, a própria produção do modelo, passará da Polónia, para a Argélia.
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Quanto à futura versão Mild Hybrid do novo 500, as mesmas fontes referem que não deverá chegar aos mercados europeus antes de 2025 ou até mesmo 2026, até pelas dificuldades técnicas que se colocam aos engenheiros, que terão de acoplar um motor de combustão (muito provavelmente, a escolha recairá no 1.0 FireFly de três cilindros e 70 cv de potência), numa plataforma que havia sido preparada para albergar um veículo elétrico.
Por outro lado e a par das questões técnicas, existe ainda a questão da homologação, processo burocrático que se costuma arrastar por muitos meses, e que poderá contribuir para o modelo só chegue aos concessionários lá mais para o final de 2025, ou até mesmo 2026.
Situação que, acrescente-se, fará com que os concessionários do construtor italiano fiquem muitos meses sem qualquer versão, velha ou nova, do popular 500, a combustão, isto numa marca que já tem problemas com a pouca oferta em termos de modelos…