Fiat 500e. O primeiro elétrico da Fiat

Apesar de vários projetos anteriores, podemos dizer que o 500e é o primeiro elétrico da Fiat a ter uma expressão comercial relevante.

Apesar de vários projetos anteriores nesta área, podemos dizer que o 500e é o primeiro elétrico da Fiat a ter uma expressão comercial relevante. Já disponível em Portugal.

Ele nada tem a ver com o Fiat 500 elétrico vendido no mercado americano e que nunca chegou à Europa, a não ser alguns exemplares importados.

Esta geração é totalmente nova e por isso usa uma plataforma diferente da dos seus irmãos que, tendo o mesmo nome, usam apenas motores de combustão.

A sua chegada ao mercado nacional despertou já um grande interesse de uma clientela exigente do ponto de vista das opções ambientalmente mais sustentáveis.

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Os mais exigentes, para além de poderem escolher vários tipos de carroçaria (berlina, cabrio e outra de três portas com uma porta adicional do lado direito designada de 500 3+1), podem ainda optar por duas configurações energéticas que variam na potência e na autonomia.

A primeira tem um motor de 95 cv, uma bateria de 23 kWh e 190 km de autonomia e a segunda tem um motor de 118 cv, uma bateria de 42 kWh e uma autonomia de 320 km.

Neste primeiro encontro conduzimos a segunda versão, se bem que a versão menos potente possa ser a opção mais adequada para que utilize um carro destas dimensões só na cidade e que não faça diariamente uma quilometragem muito grande. Além disso é também a escolha mais barata ao situar-se na fronteira dos 20 mil euros já com alguns incentivos, enquanto que a versão mais potente e com mais autonomia e equipamento sobe para os 30 mil euros.

Mesmo assim este é um valor que consideramos bastante equilibrado dado o posicionamento deste pequeno carro elétrico.

Mais confortável e espaçoso

Durante todo o ensaio apreciámos a qualidade de construção que se reflete em coisas tão simples como um aumento do conforto. A maior distância entre eixos relativamente aos seus irmãos tradicionais tornou o habitáculo mais desafogado, com um estilo distinto e onde abundam pequenos pormenores como o enorme ecrã central ou o desenho do antigo Fiat 500 no interior das portas onde curiosamente existem duas formas de abrir as portas, uma elétrica e outra manual, não vá a bateria acabar!

A posição de condução conta nesta geração elétrica do Fiat 500 com a possibilidade de regularmos o volante em profundidade. Mas se o habitáculo é maior o mesmo não se passa com a mala que mantém 185 litros de capacidade.

Na versão 3+1 que não experimentamos, mas que vimos a porta adicional traseira do lado direito existem para facilitar o acesso ao banco traseiro, mas só se pode abrir após abertura da porta da frente uma vez que não existe pilar central.

Catorze quilómetros por hora de carga

Numa comparação com a concorrência mais direta incluindo o Honda e, só o Renault ZOE tem baterias com a mesma ou mais capacidade que a versão mais potente do Fiat 500e. Todos os outros reduzem a sua ação à cidade.

Quanto ao carregamento, a bateria de 23,7 kWh pode receber cargas até aos 50 kW, enquanto a bateria de 42 kWh está preparada para receber cargas até 85 kW. Independentemente da bateria, com corrente alternada a potência máxima admitida é 11 kW. Assim numa tomada doméstica normal de 2,3 kW conseguimos recuperar 14 km de autonomia durante uma hora, o que significa que em 10 horas conseguimos carga suficiente para percorrer 140 km.

Três modos de condução... e o modo tartaruga

Uma nota curiosa que registámos durante este nosso ensaio foi o consumo energético relativamente baixo do Fiat 500e, por isso raramente anotámos médias superiores a 14,9 kWh/100 km, um valor que podemos controlar bem graças à quantidade de informação disponível no quadro de instrumentos e aos 3 modos de condução existentes (Normal, Range e Sherpa).

O último permite uma grande poupança de energia dado o enorme nível de retenção do motor elétrico que se nota com clarividência ao retirar o pé do acelerador. A velocidade máxima fica nesse modo limitada a 80 km.

Embora não tivéssemos esgotado a carga da bateria, quando a autonomia chega aos 24 km é ativado automaticamente um quarto modo de funcionamento (modo tartaruga) que limita a potência e bloqueia o consumo elétrico dos componentes não essenciais.

Após este curto contacto efetuado durante um dia em Lisboa acreditamos que esta versão elétrica do Fiat 500 terá alguma procura, avaliar pela reação das pessoas ao breve apontamento publicado no Facebook da Turbo.