Depois da polémica Topolino. Fiat propõe produzir 500 híbrido em Itália

Depois das "desavenças" Milano e Topolino, a Stellantis procura acalmar as águas, propondo fabricar o futuro Fiat 500 híbrido em Itália.

Depois das desavenças com o Governo italiano envolvendo o Alfa Romeo Milano e, jia mais recentemente, o Fiat Topolino, a Stellantis procura acalmar as águas, com a proposta de produzir o futuro Fiat 500 híbrido em Itália. Algo que poderá, por exemplo, permitir a esta nova versão exibir a bandeira de Itália…

A notícia é avançada pela Automotive News Europe, acrescentando que, o anúncio da produção do "imprevisto" (supostamente, a nova geração 500 deveria ser apenas elétrica) Fiat 500 híbrido, poderá ser feito pelo CEO do grupo Stellantis, o português Carlos Tavares, ainda esta segunda-feira, e na sequência de um encontro com os sindicatos, em Turim.

Ainda de acordo com as mesmas fontes, o 500 híbrido poderá vir, assim, a ser produzido na emblemática fábrica italiana de Mirafiori, onde já é montado o 500e, ou seja, a versão exclusivamente elétrica. Permitindo, igualmente e depois das polémicas surgidas com o Alfa Romeo Milano e o Fiat Topolino, dois modelos que o Governo italiano impediu a comercialização com nome ou pormenores estilísticos aludindo a Itália (foi o caso, por exemplo, da bandeira italiana na carroçaria do quadriciclo elétrico), que esta nova variante do popular 500 possa ser a lançada como um produto made in Itália. 

FIAT 500e
FIAT 500e

Quanto à variante exclusivamente a gasolina deste modelo, estava a ser produzida fora de Itália, mais concretamente, na fábrica da Stellantis na Polónia, situação que já terminou, com a produção, agora, em vias de ser transferida para a fábrica do grupo em Tafraoui-Orano, Argélia. Isto, para que o modelo, que já não pode ser comercializado na Europa, por questões de segurança e cibersegurança, continue a ser vendido em África e no Médio Oriente.

Híbrido dominará

Segundo a Auto News apurou junto de potenciais fornecedores de Mirafiori, a Stellantis Itália terá já entregue a estas empresas pedidos de cotações, com base num aumento da atual produção do 500e, de 175.000, para 200.000 unidades ano. Com a particularidade de referir que o modelo deixará de contar apenas com uma motorização 100% elétrica, mas passará a dispor de um segundo motor, a gasolina, o qual deverá, mesmo, passar a representar três quartos da futura produção, ou seja, 125 mil unidades/ano.

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Por outro lado, nota ainda para o facto desta nova versão ter por base a mesma plataforma do elétrico, a qual, recorde-se, havia sido apresentada como uma plataforma dedicada para veículos elétricos.

Certamente a ajudar a justificar esta transformação incomum (o habitual é adaptar plataformas de veículos a combustão para variantes elétricas), a queda nas vendas que o 500e tem conhecido já este ano, com a Fiat a terminar os primeiros quatro meses de 2024 com apenas 12.288 unidades vendidas na União Europa. Em 2023, o construtor havia terminado o mesmo período com um total de 17.363 veículos entregues.

Não híbrido, mas Mild Hybrid

Ainda sobre o futuro 500 híbrido, as informações apuradas apontam no sentido de que a solução final passe, não por um híbrido puro, mas por um Mild Hybrid, o qual terá na base o conhecido motor a gasolina Firefly de 1,0 litro, a debitar 70 cv. E que já é, de resto, utilizado no 500 a combustão, assim como no Panda. 

Motor Firefly 1.0. Foto: Turbo
Motor Firefly 1.0. Foto: Turbo

Contudo e segundo revelaram algumas fontes da indústria à Automotive News, esta nova versão, cuja aprovação está, sublinhe-se, ainda por concretizar, só deverá poder iniciar produção em finais de 2025 ou início de 2026. Situação que faz levantar ainda mais dúvidas, junto dos sindicatos que operam em Mirafiori, quanto a um futuro que, devido à queda na procura pelo 500e, é já preocupante…