Depois de muitos rumores e algumas dúvidas, eis que a Ferrari deu a conhecer o muito aguardado novo monolugar, com que irá atacar o próximo Campeonato do Mundo de Fórmula 1. O nome? Ferrari SF1000, em homenagem ao milésimo Grande Prémio de F1, a celebrar na nona prova de 2020. E que é também o carro de todas as esperanças...
Sobre o aspecto do SF1000, poderá parecer estranhamente… igual ao SF90 que correu em 2019, mas é nos detalhes que estão as grandes diferenças. Em especial na atenção colocada na suspensão traseira, caixa de velocidades, no fundo em toda a secção traseira, mais compacta para permitir uma aerodinâmica mais eficaz e maior «downforce» que era uma das falhas do carro do ano passado.
Não havia memória da apresentação de um novo monolugar da Ferrari ser feito fora de Maranello, mas este ano foi escolhido um bonito teatro de Reggio Emilia. Cidade com enorme significado histórico, onde, há 223 anos, nasceu a bandeira tricolor que se transformaria na bandeira italiana depois da unificação do país.
Ali se reuniu não só o principal «staff» da Scuderia, mas também todos os que trabalharam na concepção e construção do SF1000 para verem a sua obra terminada!
Um ano particularmente importante
Num longo e pausado discurso em inglês, Louis Cammileri, presidente da Ferrari, destacou: «Este será um ano particularmente importante porque, em paralelo, teremos de desenvolver um carro totalmente novo para competir de acordo com as novas regras que entrarão em vigor em 2021. A equipa estará muitíssimo ocupada, mas todos estarão muito motivados para fazer um grande trabalho e lutar pelo sucesso».
Para Cammileri, «o tempo é o nosso maior inimigo, passamos dias, semanas, meses para ganharmos décimos de segundo. Estamos focados no longo prazo e é isso que o Mattia [Binotto] tem estado a fazer e é isso que nos vai levar ao sucesso».
«Claro que contamos ainda com o enorme talento do Sebastian e do Charles e o seu grande amor pela Ferrari para o conseguirmos».
Já a pensar (também) no carro para 2021
Já o director da Scuderia Ferrari, Mattia Binotto, declarou: «O nosso fundador, Enzo Ferrari, dizia: 'Quando imaginam desenhar um carro, certamente que o desenham em vermelho'. E é esta paixão que queremos reviver, num ano que terá duas datas muito importantes a comemorar: os 70 anos do Mundial de F1 e o 1000.º Grande Prémio da Scuderia Ferrari. A nossa equipa sempre esteve no Mundial, desde o primeiro ano».
Recordando ser este o 66.º monolugar desenhado pela Scuderia, Binotto lembrou que também terão de desenhar o carro de 2021: «O grupo é ainda jovem, temos de aprender com os erros cometidos e melhorar a fiabilidade que foi um dos nossos pontos menos fortes. Ao mesmo tempo, temos de nos concentrar no carro para 2021».
O SF1000 não parece muito diferente do seu antecessor… «Os regulamentos não mudaram, por isso este carro é uma evolução, mas trabalhámos cada componente para explorar os regulamentos e melhorar em todos os aspectos. Pode parecer muito com o do ano passado mas, acreditem-me, é bastante diferente!», explicou Mattia Binotto.
A opinião dos pilotos
Sebastian Vettel só podia dizer bem do seu futuro monolugar: «Gosto muito do carro e mal posso esperar por guiá-lo. Como o Mattia disse, há muitas diferenças para o carro do ano passado, em especial na traseira em que a forma como as coisas foram arrumadas é ainda mais inteligente. E tem mais vermelho, o que só pode ser bom».
Já Charles Leclerc também alinhou no normal clima de festa para se dizer pronto para esta nova temporada: «A abordagem será diferente porque já conheço a equipa e o carro, porque este será uma evolução do do ano passado. Conheço as pessoas, será um desafio enorme, mas agora só quero é guiá-lo! Preparei-me fisicamente nas montanhas e, a nível mental, a abordagem será a mesma, quero ganhar e quero ser melhor como piloto».
A confiança de Elkann
A apresentação foi encerrada pelo líder do Grupo FCA, John Elkann, que além de lembrar como era raro um monolugar da Scuderia ser apresentado fora de Maranello, elogiou todo o enorme grupo da Gestione Sportiva (o departamento de competição) e os jovens da Academy Drivers, apostou numa época positiva e acabou a desfraldar uma bandeira italiana, no local onde há mais de dois séculos ela foi concebida.
Um baptismo com pompa e circunstância, para o SF1000 que tentará recolocar a Scuderia Ferrari na luta pelos títulos mundiais de F1!