O primeiro familiar de quatro portas da Ferrari é, afinal, um crossover, de nome Purosangue, e que, embora há muito aguardado, acaba surpreendendo, igualmente, por exibir um motor V12 de 6,5 litros, com 725 cv de potência. Tudo isto, emoldurado por um design exterior inspirado no coupé Roma e, interior, no 296 GTB.
Pela primeira vez nos seus 75 anos de história, a Ferrari apresentou um modelo familiar de quatro portas, com uma carroçaria do tipo crossover, um design inspirado no Roma e um motor dianteiro V12 que permite alcançar uma velocidade máxima de 310 km/h.
O novo Ferrari Purosangue irá fazer uma concorrência direta às versões mais caras do Aston Martin DBX, Lamborghini Urus, Bentley Bentayga e Rolls-Royce Cullinan. Apenas a McLaren está a demorar mais tempo a acompanhar as novas tendências de um mercado em mudança.
O Purosangue tem espaço para uma família, portas suicidas, uma prática tampa da bagageira e tração integral para permitir a utilização durante todo o ano. Ao contrário dos concorrentes que optaram por uma carroçaria do tipo SUV, a Ferrari preferiu antes a de um crossover que apresenta uma altura máxima de apenas 1,59 metros. Isto significa que pode ter menos altura para a cabeça do que os concorrentes, mas possibilita uma silhueta mais esguia e um centro de gravidade mais baixo.
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O design exterior de uma carroçaria em alumínio com um comprimento exterior de 4,97 metros foi buscar a inspiração ao elegante coupé Roma. A linha de cintura apertada, a forma do painel do difusor traseiro que acomoda as quatro saídas de escape e o tratamento das luzes traseiras também evocam o coupé de duas portas, dando ao Purosangue uma estética elegante que não pode ser acompanhada pelos automóveis concorrentes.
V12 com 725 cv
Mas a principal diferença do Purosangue face aos outros SUV de luxo encontra-se por baixo do longo capot. É provável que venha a ter motorizações V6, V8 e híbridas, mas o modelo de lançamento vem com um motor aspirado V12 de 6,5 litros que desenvolve uma potência máxima de 725 cv às 7750 rpm e um binário de 716 Nm.
O propulsor oferece 80% do binário às 2100 rpm, enquanto a rotação máxima pode chegar às 8250 rpm. A potência é distribuída pelas rodas através de um sistema de tração integral, senso a transmissão assegurada por uma caixa de dupla embraiagem de oito relações, montada na traseira, como nos carros de GT da Ferrari. Esta configuração permite uma impressionante distribuição de peso de 49:51.
Apesar de não ser o primeiro carro de tração integral da Ferrari é o primeiro a incluir um controlo de descida de declives, algo impensável há cerca de duas décadas. Além disso também é o primeiro Ferrari com controlo ativo do rolamento.
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[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2022/09/FerrariPurosangue2022GaleriaExterior_destaque.jpg]As barras ativas de anti-rolamento passaram a ser comuns nos grandes veículos de luxo, mas a Ferrari conseguiu alcançar o mesmo efeito com amortecedores Multimatic controlados eletronicamente. Isso deverá ajudar com a articulação do eixo em pisos irregulares e também a tornar o chassis mais rígido a velocidades mais elevadas. Contudo, não consegue aumentar a altura ao solo, limitada a 183 mm, o que condiciona as suas capacidades em fora de estrada.
Sem ecrã central
O Purosangue é um Ferrari muito diferente e apresenta um design de interior bastante específico. Enquanto outras marcas como a Porsche colocam painéis de bordo muito semelhantes nos seus modelos, a Ferrari parece estar sempre a mudá-los.
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[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2022/09/FerrariPurosangue2022GaleriaInteriores_destaque-.jpg]Se exteriormente a imagem faz lembrar o Roma, o interior é bastante diferente, assemelhando-se mais a metade do interior do 296 GTB. A consola central não tem um ecrã tátil, mas condutor e acompanhante têm ao dispor o seu próprio ecrã grande.
Ainda sem preços
A Ferrari não divulgou os preços do Purosangue, mas é provável que o valor seja superior a 400 mil euros, tornando-o num modelo mais caro do que a maioria dos SUV de elevadas prestações do mercado.