Com o mercado automóvel mundial a viver um ano de 2020 de forte depressão, da qual os construtores ainda procuram sair, o grupo ítalo-americano Fiat Chrysler Automobiles e o grupo automóvel francês PSA acabam de confirmar que o processo de fusão dos dois aglomerados, continuam a avançar e a bom ritmo.
A confirmação surge na sequência de um comunicado conjunto das duas entidades, assinado, quer pelo conselho de administração da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), quer pelo conselho de administração da Peugeot S.A., destinado a informar que não serão distribuídos "dividendos ordinários em 2020, ligados ao exercício de 2019".
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Na base desta decisão, acrescentam ainda as administrações, está a "crise atual da COVID-19", que tem vindo a fustigar a operação e os resultados dos construtores automóveis, na generalidade.
De resto e apesar de alguns rumores de que, a pandemia, poderia ter colocado em stand-by, ou até feito recuar, a intenção de fusão, anunciada em dezembro de 2019, pelos dois construtores, FCA e PSA vêm agora afastar tal hipótese, ao garantir, através do mesmo comunicado, que "os preparativos para a fusão 50/50 das suas atividades, anunciado em dezembro de 2019, decorrem a bom ritmo, designadamente no que se refere à regulamentação antitrust e a outros regulamentos".
Desta forma, acrescentando os dois grupos automóveis, "a realização da fusão projetada, deverá iniciar-se, de acordo com os detalhes previstos, antes do final do primeiro trimestre de 2021, sob reserva das condições de implementação habituais".
O quarto maior grupo mundial
Recorde-se que, uma vez concretizada esta fusão, desenhada pelo português Carlos Tavares, da parte da PSA, e Mike Manley, líder da FCA, o novo grupo tornar-se-á o quarto maior da indústria automóvel, a nível mundial, com um volume de negócios a rondar os 170 mil milhões de euros.
No anúncio que oficializou o arranque do processo, as duas entidades garantiram ainda que nenhuma fábrica, de ambos os construtores, será fechada.
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Quanto ao futuro conselho de administração, será composto por 11 membros, a grande maioria externos e independentes das actuais estruturas, sendo que, cinco serão nomeados pela FCA, e os restantes cinco, pela PSA.
Confirmado está já, igualmente, que o novo grupo terá como Chairman John Elkann, da FCA, ao passo que o cargo de CEO será atribuído ao português Carlos Tavares, que atualmente desempenha as mesmas funções no grupo automóvel francês.