Fabricantes responsabilizados pela fraca adesão aos elétricos

Um estudo da Transport & Environment concluiu que os fabricantes são os principais culpados pelos números ainda muito baixos de venda de veículos elétricos na Europa. Apesar do interesse de muitos clientes, os longos períodos de espera e a aposta reduzida no marketing são as principais queixas feitas pela organização. A mobilidade elétrica é, aparentemente, uma realidade para a qual cada vez mais clientes despertam. No entanto, segundo a Transport & Environment, os fabricantes não parecem muito interessados em dar resposta a esta procura, sendo até possível concluir que estão a dar "tiros nos pés" nesta matéria. Esta investigação centrou-se primariamente nas cinco principais economias da Europa, e chegou à conclusão que, apesar do crescente interesse dos automobilistas, o fraco investimento em marketing, os elevados tempos de espera para receber os automóveis e a hipótese de escolha ainda reduzida são questões para os fabricantes resolverem. Estudos indicam que em países como o Reino Unido, França e Alemanha praticamente um terço dos condutores sente-se atraído pelos veículos sem emissões poluentes, com 30% a ponderar a compra de um automóvel elétrico. No entanto, para este potencial público apenas estão direcionados 2,1% das verbas dos orçamentos de marketing dos fabricantes automóveis, a que se juntam mais 1,6% alocados à promoção dos híbridos de Plug-In. Segundo a entidade isto demonstra que não existe qualquer intenção de atrair novos clientes por parte das marcas. Além disso, quando os condutores decidem concretizar a intenção de compra, são ainda confrontados com longos períodos de espera, com a Transport & Environment a referir que esta situação ocorre com modelos como o BMW i3 e o Hyundai Ioniq. Os próprios fabricantes estão, em média, abaixo dos objetivos estabelecidos, pois estava traçada uma meta de 3,7% do total de vendas para os automóveis elétricos, mas apenas foram atingidos até ao momento 1,7%. É referido ainda um último fator como entrave ao crescimento deste segmento, que é a reduzida hipótese de escolha. Os números demonstram isso mesmo, pois no mercado europeu existem 417 automóveis movidos a gasolina ou diesel, mas a quantidade de propostas elétricas está ainda reduzida a 20 modelos e muitos deles nem estão expostos em muitos dos concessionários. Neste último ponto está a processar-se, no entanto, a uma mudança de paradigma, com o Salão de Frankfurt a servir de montra para a ambição dos fabricantes, com muitos concepts que anunciam o desejo de expandir a oferta de veículos elétricos.   Fonte: Euractiv Fotos: Mini Countryman PHEV