O fim da ofensiva? Elétricos chineses perdem terreno na Europa

Os fabricantes chineses de elétricos viram as vendas abrandarem na Europa, em julho, fruto das novas taxas alfandegárias impostas pelas UE.

Os fabricantes chineses de automóveis elétricos viram as vendas dos seus modelos abrandarem na Europa, durante o passado mês de julho, em virtude da entrada em vigor das nas novas taxas alfandegárias impostas pelas União Europeia. O anúncio do fim da ofensiva chinesa?…

Com o objectivo declarado de proteger os fabricantes automóveis europeus da concorrência "low-cost" protagonizada pelos fabricantes chineses de veículos elétricos (EV), a União Europeia decidiu avançar com o aumento das taxas alfandegárias a aplicar aos EV provenientes da China. Aumento que, embora para já provisório, corre o risco de passar a definitivo, já a partir do próximo mês de novembro, caso não surja um entendimento entre Pequim e Bruxelas.

De acordo com dados divulgados pela Dataforce, que incluem 16 países europeus, marcas chinesas como a BYD e a MG, que até aqui protagonizavam uma forte tendência de crescimento no mercado europeu, acabam de bater recordes em Julho, mas e desta feita, registando quebras de 45%, face ao mês homólogo de 2023.

A MG foi uma das marcas chinesas que sofreu um dos maiores aumentos no valor das taxas alfandegárias aplicadas aos seus automóveis, com um acréscimo de 37,6 %, mais os 10% já existentes.

Já a Geely, detentora, entre outras marcas automóveis, como a Volvo, mas também a BYD, passaram a pagar, respectivamente, mais 19,9% e 17,4%, na importação de cada veículo para o espaço europeu.

No entanto, importa também dizer quer, as dificuldades sentidas, neste momento, pelos construtores automóveis chineses, podem vir a atingir, também, algumas marcas europeias. É o caso de algumas das marcas do grupo Stellantis, da BMW e do grupo Volkswagen, que têm optado por produzir alguns dos seus modelos na China, de forma a baixar os custos e a manterem-se competitivas.

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No entanto, com a nova abordagem delineada pela Comissão Europeia, também os seus produtos "chineses" poderão vir a sofrer taxações desmesuradas, à entrada na Europa.

Menos vendas registadas

Ainda segundo o estudo da Dataforce, a totalidade dos construtores chineses de automóveis elétricos registaram uma quebra de 36% nas vendas, nos 16 países que participaram no estudo. Contudo, a mesma fonte também afirma que tal não terá sido suficiente para deixar os fabricantes em estado terminal.

Na Alemanha, as marcas chinesas representaram 8% dos registos de automóveis novos em Julho, um pouco abaixo dos 13% registados em Junho, ao passo que, em França, a queda foi de 8% para 5%, conclui o mesmo estudo

A estratégia mantém-se a mesma

Apesar do acréscimo significativo das taxas alfandegárias, muitos fabricantes chineses continuam a fazer finca-pé, relativamente à sua presença e afirmação na Europa.

Um desses casos é o da BYD, a marca chinesa mais vendida atualmente, que gastou milhões de euros em publicidade, durante o Europeu 2024, na Alemanha, ao mesmo tempo que expandiu a sua produção na Polónia, deixando a ideia de estar preparada para singrar na Europa, mesmo com impostos mais elevados.