Nascido em 1999, o Skoda Fabia chega agora à quarta geração, maior, melhor, e pronto para dar continuidade ao sucesso que já o fez vender mais de 4,5 milhões de unidades. Embora e a partir de agora, apenas a gasolina... e sem Break. Chega a Portugal lá mais para o final do ano e com preços que deverão começar cerca dos 18.500€.
Depois de um período de desvendar progressivo, ao longo do qual a marca checa foi dando a conhecer aquela que é a quarta geração de um dos seus principais best-sellers (já vendeu mais de 4,5 milhões de unidades, em apenas três gerações...), a Skoda proporcionou, finalmente, o primeiro contacto com o novo Fabia - um automóvel totalmente novo, mais até do que as próprias fotos dão a entender, já que, a par do evoluir das linhas, agora mais atléticas, surge também com uma nova plataforma, a mesma do atual Polo, conhecida como MQB A0.
De resto, é graças a esta que o Fabia também ganhou dimensão, tendo-se tornado 11 mm mais comprido - tem, pela primeira vez, mais de quatro metros (4,108 m) -, com mais 94 mm na distância entre eixos (2,564 m), 48 mm mais largo (1,780 m), assim como 8 mm mais baixo (1,459 m). Opções que, naturalmente, acabam reflectindo-se, desde logo, no aspecto exterior, todo ele mais... adulto. Fruto, também, de uma nova grelha frontal mais larga e acompanhada de faróis mais esguios, ambos a acentuarem a largura do carro, acrescidas de laterais mais esculpidas, para terminar, em seguida, numa traseira igualmente com farolins redesenhados e de tecnologia LED, além da estreia do lettering Skoda no portão.
No entanto e porque a eficácia foi, igualmente, uma preocupação, a opção, não apenas por jantes de design mais aerodinâmico e com dimensões que variam entre as 15 e as 18", como também a aplicação de condutas de arrefecimento ativamente ajustáveis à frente e uma superfície totalmente plana na parte inferior da carroçaria. Tudo, como forma de garantir um coeficiente de aerodinâmica que passa a ser referência também para o segmento: 0,28.
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Habitáculo: mais espaço, mais tecnologia
Já no habitáculo, o aproveitamento de algumas soluções provenientes dos irmãos maiores, como o Octavia - é o caso, por exemplo, do volante multifunções de dois braços -, surpreende, desde logo, a presença, embora como opcional, do configurável (cinco layouts) e bastante intuitivo painel de instrumentos 100% digital de 10,25" (de série, mantém-se a solução analógica), ou ainda do ecrã central táctil, parte integrante dos três sistemas de infoentretenimento - Swing, com ecrã de 6,5"; Bolero, com ecrã de 8"; e Amundsen, com ecrã de 9,2". Os quais também podem ser operados, no caso da versão mais evoluída, por gestos ou, então, através do assistente de voz digital Laura - a qual consegue, inclusivamente, repor, de forma mais fácil e rápida do que através dos menus do ecrã, o computador a bordo a zeros!...
Num habitáculo de construção sólida e de bons materiais - por exemplo, exibe, pela primeira vez, tecido no tablier... -, a disponibilização, ainda, de funcionalidades hoje em dia quase obrigatórias, como o emparelhamento do smartphone via Wireless, Android Auto ou Apple CarPlay, além de um opcional sistema de carregamento indutivo. Sendo que e também pela primeira vez, o Fabia, conjuga as "tradicionais" entradas USB com USB-C, uma das quais, no retrovisor, a que soma ainda o hoje em dia já obrigatório sistema de chamada automática de emergência em caso de acidente (e-Call) e do acesso remoto ao veículo através da app MySkoda e do portal Skoda Connect.
Contudo e especialmente num veículo Skoda, tão importante quanto a tecnologia "acessível e necessária", conforme fez questão de nos reafirmar o responsável pela tecnologia no novo Fabia, é a questão do espaço e das soluções inteligentes, ou Simply Clever. Com o novo Fabia a oferecer, mesmo com a presença de um túnel de transmissão, boas quotas de habitabilidade em qualquer um dos quatro lugares, a par de um total de 16 opções de arrumação no habitáculo - ao todo, 108 litros de capacidade.
Já quanto às soluções Simply Clever, destaque, pela imaginação, o curioso suporte elástico que serve como porta-caneta na lateral do alcapão na base da consola central; os porta-copos removíveis e instaláveis entre os bancos dianteiros; ou, ainda, a prateleira amovível para colocar pequenos objectos que assenta sobre o túnel de transmissão, nos lugares de trás. Com as soluções práticas a estenderem-se à bagageira, onde, a par de um aumento de 50 litros na capacidade (350 litros), é possível acoplar uma rede nas costas (rebatíveis) dos bancos traseiros, pode ser montado um espaço independente para arrumação de objectos mais pequenos na lateral e, do piso, faz ainda parte uma cobertura que se estende para fora do portão, não apenas protegendo o pára-choques, como também facilitando o apoio das cargas no acesso, mais alto face ao piso.
Menos compreensível, contudo, é o facto da cobertura (amovível) do tejadilho panorâmico em vidro ser paga à parte, já para não falar no facto de não existir um pneu sobressalente...
Motores: gasolina... e sem híbridos
Passando aos motores e abordando, especificamente, o caso do mercado português, uma oferta resumida, apenas e só, à gasolina, e ao mesmo bloco tricilíndrico 1.0 TSI EVO, naquelas que são as suas variantes de 95 e 110 cv. Com a versão menos potente a anunciar ainda um binário máximo de 175 Nm, ao passo que, o 110 cv, a prometer 200 Nm de binário.
Diferenças, também, na transmissão, com o primeiro a recorrer, exclusivamente, a uma caixa manual de cinco velocidades, ao passo que o segundo, a ser proposto, de fábrica, com caixa manual de seis, mas a poder acoplar, igualmente, caixa automática DSG de sete relações.
Como prestações e consumos, o 1.0 TSI EVO de 95 cv anuncia uma aceleração 0-100 km/h em 10,6s e uma velocidade máxima de 195 km/h, com um consumo combinado de 5,0 l/100 km/h WLTP e emissões que podem variar entre os 113 e 126 g/km. Já o 1.0 TSI de 110 cv, promete uma aceleração 0-100 km/h em 9,7s (9,6s com DSG) e uma velocidade máxima de 205 cv, com consumos de 4,9 l/100 km (5,4, com DSG) e emissões de CO2 de 113-127 g/km (124-136 g/km).
E, ao volante?...
Traduzidos para a realidade, as cerca de duas dezenas de quilómetros feitos, por estradas do interior polacas, com ambos os blocos, acabaram revelando sensações muito idênticas ao prometido pelos números, com as duas motorizações a exibirem, inclusivamente, atuação muitas semelhante. com a versão de 110 cv a mostrar - naturalmente! - um pouco mais de determinação na aceleração, ainda que insuficiente para se destacar daquela que é a maior qualidade, na estrada, deste novo Fabia: o equilíbrio geral.
De resto e a par do bom desempenho de ambos os blocos, marcados, também, por uma insonorizados agradável e consumos reais que, face ao prometido, não foram além de uma subida de cerca de 1 litro, sobressaíram as já conhecidas características da plataforma MQB A0, a garantir desempenho, estabilidade e segurança. Neste último caso, reforçada com a estreia de tecnologias até aqui ausentes no Fabia, como é o caso do Travel Assist - opcional que inclui o Adaptive Cruise Control, o Lane Assist e o Traffic Sign Recognition -, do Side Assist (assistência lateral), do Front Assist (assistência frontal) com proteção preditiva para peões e ciclistas, Park Assist (assistência ao estacionamento) e do Manoeuvre Assist (assistência de manobras). Ou, ainda e não menos importante, do aumento do número de airbags para nove, embora com a solução para os joelhos do condutor, assim como os laterais atrás, a serem opcionais...
Numa proposta a oferecer posição de condução correcta, fácil acesso a comandos e boa visibilidade geral, nem mesmo a direcção, um tudo-nada mais leve do que seria expectável, acaba integrando-se no conjunto, sem dificuldades. O mesmo acontecendo com o sistema de travagem, sem dúvida, à altura das necessidades...
Em Portugal
Boas notícias, igualmente, no que à realidade portuguesa diz respeito, onde, saliente-se, o novo Skoda Fabia só chegará lá mais para o final do ano (último trimestre) e com os mesmos níveis de acabamento - Ambition e Style - com que é comercializada a geração ainda à venda.
No entanto e embora a marca checa anuncie, desde já, um reforço substancial do equipamento, de série e opcional, também é já certo que, em termos de preços, o novo Fabia será comercializado em linha com os valores atualmente praticados, no modelo. Ou seja, os clientes portugueses terão assim "mais carro", por um preço muito semelhante ao atual.
O que é que isso quer dizer em termos de números? Basicamente, um preço de entrada que, de acordo com o que conseguimos apurar, poderá rondar os 18.500€. ou seja, ligeiramente acima dos 18.392€ pedidos pela actual versão de entrada.
Sem carrinha
Finalmente e a juntar esta novidade, uma outra, que também podemos desde já adiantar: ao contrário do que chegou a ser afirmado, nomeadamente, pelo CEO da Skoda, Thomas Schäffer, esta nova geração Fabia já não contará com a variante carrinha.
A justificação para esta decisão, deriva, segundo a TURBO conseguiu apurar, da necessidade de um maior investimento no desenvolvimento de novos produtos elétricos, assim como do facto dos responsáveis da Skoda acreditarem que, com o crescimento em tamanho da versão de cinco portas, será possível responder, em parte, a essa necessidade. Isto, apesar de, aquando a tomada de decisão, o projecto da nova carrinha estar, já então, nas mãos e estiradores dos designers...
Boa notícia daí resultante? É, assim, de esperar que, nos tempos que aí vêem, grandes novidades, elétricas, da parte da Skoda. E, nomeadamente, para os segmentos mais baixos!...