A pandemia da Covid-19, o Brexit e constrangimentos nas cadeias de abastecimento são as causas apontadas pela AFIA para a dificuldade na recuperação dos indicadores das exportações de componentes da indústria automóvel
A AFIA relevou os dados finais das exportações de componentes automóveis em 2021 e existem indicadores mistos nos valores apresentados. Por um lado, as exportações de componentes automóveis mantêm a queda em relação aos volumes registados em 2019, num momento de pré-pandemia. E, mesmo com a boa notícia dos números das exportações de componentes automóveis em 2021 revelarem uma recuperação em comparação ao ano anterior, durante o último semestre os resultados mensais foram sempre inferiores ao período homólogo.
A informação divulgada pela AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel) de dezembro revela uma diminuição de 10,2% em relação ao mesmo mês de 2020, e uma queda de 4,9% para 2019. Apesar de todos os desafios, no acumulado anual as exportações de componentes automóveis em 2021 registaram um crescimento de 3,7% (8.5957 milhões de euros) em relação a 2020. Ainda assim, a AFIA alerta que os volumes de exportações se mantêm 8,3% abaixo dos níveis registados em 2019.
Espanha lidera destinos das exportações de componentes automóveis em 2021
A Espanha manteve-se em 2021 como o principal destino das exportações portuguesas, num acumulado de 2.592 milhões de euros, mas registando um decréscimo de 0,7%. A Alemanha segue-se, com 1.845 milhões de euros (-10,7%) e, em terceiro lugar, a França regista 1.039 milhões de euros, que traduzem uma queda de 24,0%. No top 5 dos países com maior volume de exportações, os Estados Unidos da América registam 476 milhões de euros, tendo aumentado o volume em +24,5%, e por último, o Reino Unido com 419 milhões de euros (-51,3%).
A AFIA aponta o aumento de casos relacionados com a pandemia Covid-19, o Brexit e também os constrangimentos sentidos nas cadeias de abastecimento como as causas que estão a afetar os resultados das exportações do setor automóvel. A Associação recorda que a indústria tem sentido graves problemas devido à falta de chips, componentes eletrónicos e escassez de algumas matérias-primas. E explica que isso está a provocar a interrupção da atividade de várias construtoras automóveis e, consequentemente, o que afetou os volumes das exportações de componentes automóveis em 2021.