Numa altura em que a Comissão Europeia optou por adiar, mais uma vez, a sua entrada em vigor, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, veio a público apelar ao fim, puro e simples, da norma anti-emissões Euro 7. Recordando não somente o período que irá vigorar, como também os elevados custos que a sua aplicação implicará.
Encarada por muitos fabricantes automóveis como uma espécie de decreto de morte antecipado para os motores de combustão, a nova norma anti-emissões Euro 7 viu a sua entrada em vigor, novamente adiada, na semana passada. Estando agora prevista para vigorar a partir de 2028.
No entanto e embora os construtores possam, mesmo com muito esforço e investimento, caminhar no sentido do seu cumprimento, evitando dessa forma pesadas multas, não é menos verdade que, passados apenas sete anos da entrada em vigor desta regulamentação, ou seja, em 2035, os motores de combustão terão mesmo de e segundo também está já definido pela União Europeia, deixar de fazer parte da oferta nos automóveis novos.
Perante este quadro, o português Carlos Tavares, que é também o CEO do grupo automóvel Stellantis, veio agora apelar para que, tomando em consideração todos os aspectos, entre os quais os elevados custos a que obriga, para depois vigorar durante um curto período de tempo, a União Europeia desista da implementação do Euro 7.
Falando na abertura para os media do Salão Automóvel de Paris, o responsável máximo por marcas automóveis como a Abarth, Alfa Romeo, Citroën, DS, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati e Opel, defendeu, segundo noticia a Autocar, que, "do ponto de vista da indústria, não precisamos do Euro 7, uma vez que atrairá recursos que, de outra forma, aplicaríamos na electrificação".
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Para o gestor português, "gastar dinheiro para desenvolver aquilo que será mais um passo na combustão interna e que só terá aplicação a partir de 2028... não faz sentido". Deixando, mesmo, a pergunta: "Para quê gastar recursos que são escassos em algo que irá durar um período de tempo tão curto? A indústria não precisa disso e é contraproducente".
De resto, Carlos Tavares relembra que o Euro 7 já foi adiado várias vezes, a última das quais na semana passada, pelo que esta é uma etapa de deveria ser, simplesmente, anulada, até porque, garantiu, a indústria automóvel está "pronta para a eletrificação".
O objectivo 'Dare Forward 2030'
A terminar, recordar que a Stellantis apresentou, no passado mês de março, o seu plano estratégico 'Dare Forward 2030', com o qual o grupo automóvel fixa como objectivo deixar de comercializar veículos com motores de combustão, até ao final da presente década. Ou seja, ao longo dos próximos oito anos...