Volte-face? PPE quer reverter fim da combustão na UE

O maior grupo político do atual Parlamento Europeu (PE), o Partido Popular Europeu (PPE), está a pressionar instituições como a Comissão Europeia, com o objectivo de reverter a decisão de proibição de comercialização de automóveis novos com motores de combustão na União Europeia (UE), a partir de 2035.

A notícia foi avançada pela agência noticiosa Reuters, com base em informações obtidas através de documentos não oficiais, nos quais é citada a intenção do PPE de reverter a proibição.

Segundo a mesma fonte, o PPE, grupo parlamentar europeu, do qual faz parte do PSD, pretende que o motor de combustão subsista para além de 2035, ainda que podendo funcionar com recurso a combustíveis alternativos.

O maior grupo político europeu pretende ainda que os fabricantes automóveis sejam autorizados a vender esta mesma tecnologia, na forma de híbridos plug-in, para além da mesma data.

Finalmente, o PPE defende que a nova regulamentação de redução das emissões, prevista para entrar em vigor no próximo ano, seja igualmente adiada, para 2027.

As metas atualmente em vigor estipulam um limite médio por frota, em termos de emissões, de 115,1 g/km, segundo o ciclo WLTP. Em 2025, os construtores estão obrigados a fazer descer esse limite para os 93,6 g/km.

Todos os fabricantes que não conseguirem cumprir essa meta, ficarão em risco de ter de pagar uma multa de 95 euros por cada grama a mais, por carro.

O CEO da Renault, Luca de Meo, garantiu, recentemente, ter já feito as contas e chegado à conclusão de que, resultado das novas regras, a indústria automóvel pode vir a ter de pagar até 15 mil milhões de euros em taxas, só até ao final do próximo ano.

Apesar desta “ameaça”, outro dos patrões da indústria automóvel europeia, Oliver Zipse, CEO do BMW Group, veio já defender a manutenção da nova meta para as emissões, recordando que os fabricantes tiveram cinco anos para se preparem para as novas regras, recorda a Reuters.