Emissões da PSA investigadas pelas autoridades francesas

Este é o quarto grupo automóvel visado pela Comission Royale criada em França para investigar possíveis fraudes dos fabricantes, relativas às emissões poluentes dos seus automóveis.   "Estamos extremamente surpreendidos, e até chocados com esta decisão". Foi assim, através do seu responsável de engenharia Gilles le Borne, que o Grupo PSA comentou o facto de estar a ser visada pela comissão criada em França para investigar possíveis fraudes de emissões por parte dos fabricantes automóveis. Este grupo de investigação foi criado na sequência do Dieselgate, e até ao momento já colocou na sua mira quatro fabricantes, com a PSA a juntar-se à VW, Renault e Fiat-Chrysler. Após ter detetado anomalias em modelos de diversas marcas em abril de 2016 os investigadores têm vindo a procurar obter dados adicionais junto dos grupos automóveis. O caso da PSA será, aparentemente, similar ao da Renault, e prende-se com o intervalo de funcionamento do sistema de recirculação de gases de escape. O problema estará no facto desta tecnologia que ajuda a mitigar o envio para atmosfera de partículas poluentes como o NOx poder ser desligado com temperaturas mais extremas caso exista o risco de danos para os componentes dos automóveis. Segundo é avançado agora, cinco modelos da PSA que têm motores com homologação Euro5 terão apresentado dados de emissões bastante acima do anunciado quando testados em autoestrada com tempo mais quente, pelo que as autoridades procuram agora explicações adicionais. No entanto, a PSA refuta esta hipótese e indica que "Os motores do Grupo PSA são desenvolvidos com o principal objetivo de reduzir as emissões de NOx em zonas urbanas, ao mesmo tempo que garantem o melhor equilíbrio de NOx/CO₂ em zonas extra-urbanas, num amplo leque de temperaturas e sem interrupção".   Sendo uma das marcas cujos motores diesel, os BlueHDi, normalmente apresentam valores de emissões mais baixos no ciclo de testes homologado para a Europa, a PSA já reagiu a estas investigações levadas a cabo pela Direção Geral da Concorrência, Consumo e Prevenção contra a Fraude (DGCCRF). Foi emitido um comunicado a refutar as acusações e dar esclarecimentos sobre esta questão, com três pontos que apresentamos de seguida: O Grupo PSA gostaria de destacar os seguintes factos:

• O Grupo cumpre com a regulamentação de todos os países onde opera.

• Em momento algum os veículos do Grupo foram equipados com softwares ou dispositivos que permitissem detetar a realização de testes de conformidade e ativar mecanismos de tratamento de gases poluentes, que ficariam inativos aquando da utilização por parte dos clientes.

• Os resultados dos testes realizados pelas diversas autoridades europeias e francesas confirmaram que os veículos do Grupo estão conformes aos critérios dos testes.

Além disso, a PSA recordou que está já a fazer testes com o novo ciclo de homologação RDE (Real Driving Emissions), como visível na foto de abertura deste artigo, que é mais exigente e próximo das condições de utilização quotidiana do automóvel. O grupo que detém a Peugeot, Citröen e DS informou também que se comprometeu a cumprir já em 2017, três anos antes do prazo obrigatório, o projeto RDE. Além de estarem já a ser analisadas as emissões de CO² com este teste, a PSA também prevê começar a verificar os dados referentes ao NOx com estes novos parâmetros de avaliação ainda este ano.   Fonte: Automotive News Europe