Com 750 km. Nº8 é próxima referência para a DS… e Stellantis

Marcado pela elegância, pelo luxo, assim como pelos 750 km de autonomia, o N°8 apresenta-se ao mundo como o futuro porta-estandarte da DS Automobiles, que o mercado conhecerá já em 2025. Estivemos em Paris a conhecer a berlina elétrica que se anuncia como o mais aerodinâmico dos topo de gama do grupo Stellantis.

Tudo começou ainda em novembro, com a divulgação de algumas imagens de um modelo fortemente camuflado, juntamente com os primeiros dados de uma berlina 100% elétrica que, além de uma autonomia máxima fixada nos 750 km, anunciava-se, logo aí, como o mais aerodinâmico e eficiente dos topos de gama de todo o grupo Stellantis.

Já nos primeiros dias de dezembro, a DS levantava mais um pouco do véu, para revelar o nome do futuro topo de gama - DS N°8 -, o qual seria também ponto de partida para uma nova nomenclatura nos modelos DS (todos passarão a envergar o “N°” antes do respectivo número), a par da primeira imagem do interior. Neste caso, a fazer antever as elevadas ambições de uma proposta que já se anunciava, não apenas como sucessor do atual DS 9, mas também como um claro pretendente aos lugares cimeiros do segmento D premium.

Na base de tais pretensões, está, desde logo, o trabalho desenvolvido ao nível do design exterior, que a DS afirma ser não só inspirado no concept DS Aero Sport Lounge, mas também todo ele elaborado tendo como objetivo principal a eficiência aerodinâmica. Um desafio que acabou resultando no alcançar de um coeficiente de aerodinâmica de apenas 0,24, aproveitando não apenas da elevada fluidez das linhas, como também de uma série de soluções inovadoras aplicadas na carroçaria. As quais, em conjunto, acabaram contribuindo com um total de 70 km para os 750 km que é a autonomia anunciada em trajecto combinado; ou mais de 500 km em auto-estrada.

STLA Medium Evo foi ponto de partida

Partindo de uma versão melhorada da plataforma STLA Medium e com dimensões que passam pelos 4,82 m de comprimento, 1,90 m de largura e 1,58 m de altura, a DS posiciona este N°8 como rival de propostas como o Polestar 4 (4,84 m de comprimento / 620 km de autonomia), o Audi Q6 e-tron Sportback (4,77 m / 656 km) ou o Tesla Model Y (4,75 m / 600 km), mas também de modelos do segmento abaixo como o Audi Q4 e-tron Sportback (4,59 m de comprimento / 562 km de autonomia), o Mustang Mach-E (4,71 m / 600 km) e o Volkswagen ID.7 (4,96 m / 702 km).

Partindo, precisamente, da comparação com todos estes modelos, a marca francesa conclui que o N°8 não só consegue ser o EV com a segunda melhor autonomia (é suplantado apenas pelo Mercedes-EQS 450+ e os seus 800 km de autonomia, o qual é, no entanto, muito mais caro), como também a proposta com melhores consumos de entre todos os modelos apurados - 12,9 kWh/100 km.

Ao mesmo tempo e ainda com base no mesmo método comparativo, o DS N°8 posiciona-se, igualmente, como o EV com o melhor preço do mercado, ao começar abaixo dos 65 mil euros, se considerada, igualmente, a autonomia e o luxo oferecidos.

Segundo os dados fornecidos pela marca parisiense, mais baratos, só mesmo o Tesla Model Y e o Audi Q4 e-tron Sportback - o americano, a perder para o N°8 na autonomia (600 km) e estatuto, ao passo que o alemão, a ficar para trás nos quilómetros (562 km) que consegue fazer com uma só carga.

Um habitáculo a exaltar carácter, elegância e luxo

Mas se, exteriormente, o DS N°8 impressiona pelo impacto que causa, fruto de linhas acentuadas através de soluções estilísticas como a nova assinatura luminosa vertical (DS Lightblade) dianteira e traseira, as distintas jantes de 21” e a pintura de dois tons (o capot, a estrear nova tecnologia de pintura) a reforçar o carácter e elegância do modelo, no habitáculo, o deslumbre não é, definitivamente, menor.

Procurando enfatizar aquele que é o novo mote da marca, “A Arte de Viajar”, o N°8 revela um interior a transbordar de conforto, serenidade e luxo francês, onde são combinadas peças artesanais e que não deixam de ser decorativas, como o tablier e respectivo revestimento, as saídas do sistema de som Electra 3D da Focal nas portas, as assinaturas de luz interior ou até mesmo o volante em ‘X’, com tecnologias avançadas. Como é o caso do cluster de instrumentos de 10,25” com animação gráfica, e, principalmente, o ecrã central de grande dimensões (16”), com sistema de infotainment DS Iris System 2.0, que, além dos serviços conectados, também consegue responde à voz, com o apoio do ChatGPT.

Proposto com dois níveis de equipamento – Pallas e Étoile –, a que se torna possível acrescentar aquilo que a DS designa de várias harmonias interiores (revestimentos, decorações e muito mais), três delas “Animal Free”, o N°8 promete ainda espaço desafogado para todos os ocupantes (atrás, os joelhos ficam um pouco altos), a par de várias soluções pró-conforto. Entre as quais, o sistema de aquecimento e ventilação em todos os lugares; massagens, regulação elétrico e aquecimento da zona do pescoço no banco do condutor; além de um tejadilho panorâmico em vidro com elevado desempenho térmico.

Na bagageira, uma capacidade anunciada de 620 litros, a partir de um piso que pode chegar aos 1,16 m de profundidade, mais a possibilidade de rebatimento 40:20:40 das costas dos bancos traseiros. 

Três motorizações, duas baterias

Igualmente em prol da “Arte de Viajar”, sistemas de propulsão 100% elétricos, com motores desenvolvidos e produzidos em Trémery, França, pela Emotors, joint-venture em que a Stellantis participa, com o mesmo a suceder nas baterias de NMC (Niquel-Manganésio-Cobalto). Produzidas na localidade francesa de Billy-Berclau Dourvin, pela ACC, outra joint-venture na qual o grupo tem participação maioritária.

Especificamente no DS N°8, três motorizações, com 230, 245 e 350 cv de potência, esta última equipada com dois motores elétricos e quatro rodas motrizes. Embora com todas elas a beneficiarem de um acréscimo extra de potência, entre os 25 (AWD Long Range) e os 35 cv (versão FWD Long Range), mas cuja disponibilidade é momentânea.

Nas baterias, duas opções, a primeira com 74 kWh, a equipar a versão FWD de 230 cv e a prometer uma autonomia de 572 km, com consumos de 12,9 kWh/100 km. Ao passo que a segunda, com 97,2 kWh, serve as versões Long Range de tração dianteira e integral – a FWD Long Range, com 245 cv, a prometer 750 km com uma só carga, mercê do mesmo consumo em trajeto combinado de 12,9 kWh/100 km, enquanto a AWD Long Range, com 350 cv, anuncia, para já, uma autonomia (a confirmar) de 686 km.

Quanto a prestações, acelerações que variam entre os 7,7s (FWD), 7,8s (FWD Long Range) e 5,4s (AWD Long Range), a que se junta uma velocidade máxima generalizada de 190 km/h.

Nos carregamentos de 20 a 80%, tomadas AC de 11 kW garantem tempos de carga de 9h05m (7,4 kW) e 6h10m (11 kW), enquanto postos de carregamento de 22 kW demoram apenas 3h20m a conseguir os mesmos resultados. Já numa tomada DC de até 200 kW, o N°8 repõe até 80% da capacidade em apenas 27 minutos.

Com One Pedal

Igualmente presente entre as tecnologias disponibiizadas, um sistema de travagem regenerativa de três níveis, mais a conhecida função One Pedal, a par da já conhecida suspensão DS Active Scan, a DS Night Vision com câmara de infravermelhos e o retrovisor interior eletrocromático Digital Rear Vision. Assim como o os faróis DS Pixelvision, adaptativos, direcionais, com luz de curva e sem encandeamento.

Já no domínio das ajudas à condução e segurança ativa, realce para o DS Drive Assist 2.0, conjugação de tecnologias como o Adaptive Cruise Control, o Lane Positioning Assist, o Active Lane Change Assist, o One-Touch Semi-Automatic Lane Change e o Antecipated Speed Adaptation, a procurarem garantir uma condução semiautónoma ainda mais evoluída e segura, mas também sistemas como o Alerta de Atenção do Condutor, sensores de estacionamento e Vision 360, Alerta de Tráfego Cruzado e Impedimento de Pedal Errado (WPP).

Tudo argumentos de peso, aos quais se junta, ainda, uma capacidade de reboque que pode variar entre os 1400 kg (FWD), os 1460 kg (FWD Long Range) e os 1600 kg (AWD Long Range), consoante a motorização escolhida.

Chega em 2025

A terminar, referir apenas que o DS N°8 tem lançamento comercial previsto para a segunda metade de 2025, embora a abertura de encomendas, na generalidade dos mercados, deva começar ainda durante o primeiro quadrimestre do próximo ano.